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A Igreja Católica Apostólica Romana e a Unica Igreja verdadeira? A resposta esta aqui.

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Diz Cristo: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18).“Se não escutar a Igreja, seja ele para ti como gentio e publicano” (Mt 18,17). Cristo fala de um único rebanho e de um só pastor (Jo 10,16), de uma única videira (Jo 15), do reino dos céus na terra (Mt 13,24.47).

Os Apóstolos falam de uma única Igreja, que Cristo amou e pela qual se entregou (Ef 5, 25.27.32), de um único corpo de Cristo (l Cor 12,20; Cl 1,18), de uma só esposa (Ap 21,9). Os coríntios se tinham dividido em partidos. São Paulo exclama: “Estará porventura Cristo dividido?” (l Cor 1,13).

Comenta Clemente de Alexandria: “Há um só Pai de todos, um único Verbo para todos e um só Espírito Santo que está em toda parte. E há, outrossim, uma só e única virgem mãe que eu chamo a Igreja”.

 

A Igreja de Cristo é a Igreja Católica

 

Jesus Cristo, Nosso Salvador, fundou apenas uma Igreja, não várias, como é desejo dos hereges. Ele fundou a Igreja Católica Apostólica Romana: “Cabe ao Filho realizar, na plenitude dos tempos, o plano de salvação de seu Pai. este é o motivo de sua missão. O Senhor Jesus iniciou sua Igreja pregando a Boa Nova, isto e, o advento do Reino de Deus prometido nas Escrituras havia séculos” (Catecismo da Igreja Católica, 763).

Os pastores evangélicos, em geral, costumam apontar o dedo para o próprio peito dizendo serem eles a “pedra” sobre a qual Cristo Jesus fundou a Sua Igreja; outros bem mais “cultos” e “místicos”, dizem que a “Igreja” está dentro do coração, e aquele que “aceitar” Jesus, pertence à Igreja de Nosso Senhor.

São Cipriano que não era herege, ambicioso nem enganador diz: “Cristo edifica a Igreja sobre Pedro. Encarrega-o de apascentar-lhe as ovelhas. A Pedro é entregue o primado para que seja uma Igreja e uma cátedra de Cristo. Quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual foi fundada a Igreja, não pode pensar em pertencer à Igreja de Cristo” (De un. Eccl. cap. IV), e: “Pedro é o vértice, o chefe dos Apóstolos” (I Concílio de Nicéia).

Por mais que os hereges gritem, apontem o dedo e mentem, não dá para enganar aquele católico bem instruído; só escorregam em suas salivas, aqueles que se dizem católicos e que vivem às margens da Igreja: Quando Jesus Cristo diz: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei A MINHA IGREJA, e as portas do inferno não prevalecerão contra ELA” (Mt 16, 18) a que Igreja se refere? Não é ao Protestantismo, nem a nenhuma Igreja protestante em particular, porque as Igrejas protestantes só começaram a existir no século XVI.

Refere-se, sem dúvida alguma, à IGREJA CATÓLICA; é fácil demonstrá-lo.

Logo nos inícios da Igreja, os seguidores de Cristo foram designados com o nome de cristãos. Assim podiam distinguir-se dos filósofos pagãos e dos judeus ou seguidores da sinagoga. Este nome de cristãos como se sabe, já vem na própria Bíblia, e tal denominação começou em Antioquia: “em Antioquia é que foram os discípulos denominados CRISTÃOS, pela primeira vez” (At 11, 26), “Então Agripa disse a Paulo: Por pouco me não persuade a fazer-me CRISTÃO” (At 26, 28). “Se padece como CRISTÃO, não se envergonhe; mas glorifique a Deus neste nome” (1Pd 4, 16).

Aconteceu, porém que, tão logo a Igreja começou a propagar-se, começaram a aparecer os hereges, seguindo doutrinas diversas daquela que tinha sido recebida dos Apóstolos, mas tomando o nome de cristãos, pois também criam em Cristo e d’Ele se diziam discípulos. Era preciso, portanto, um novo nome para designar a verdadeira Igreja, distinguindo-a dos hereges. E desde tempos antiquíssimos, desde os tempos dos Apóstolos, a Igreja começou a ser designada como IGREJA CATÓLICA, isto é, UNIVERSAL, a Igreja que está espalhada por toda a parte, para diferençá-la dos hereges, pertencentes à igrejinhas isoladas que existiam aqui e acolá. Assim é que já Santo Inácio de Antioquia, que foi contemporâneo dos Apóstolos, pois nasceu mais ou menos no ano 35 da era cristã e, segundo Eusébio de Cesaréia no seu Chrónicon, foi bispo de Antioquia, entre os anos 70 e 107, já Santo Inácio nos fala abertamente da Igreja Católica, na sua Epístola aos Esmirnenses: “Onde comparecer o Bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que, onde estiver Jesus Cristo, aí está a IGREJA CATÓLICA” (Epístola aos Esmirnenses c 8, 2).

Outro contemporâneo dos Apóstolos foi São Policarpo, bispo de Esmirna, que nasceu no ano 69 e foi discípulo de São João Evangelista. Quando São Policarpo recebeu a palma do martírio, a Igreja de Esmirna escreveu uma carta que é assim endereçada: “A Igreja de Deus que peregrina em Esmirna à Igreja de Deus que peregrina em Filomélio e a todas as paróquias da IGREJA SANTA E CATÓLICA em todo o mundo”. Nessa mesma Epístola se fala de uma oração feita por São Policarpo, na qual ele “fez menção de todos quantos em sua vida tiveram trato com ele, pequenos e grandes, ilustres e humildes, e especialmente de toda a IGREJA CATÓLICA, espalhada por toda a terra” (c. 8).

O Fragmento Muratoriano que é uma lista feita no segundo século, dos livros do Cânon do Novo Testamento fala em livros apócrifos que “não podem ser recebidos na IGREJA CATÓLICA”.

São Clemente de Alexandria (também do século segundo) responde à objeção dos infiéis que perguntam: “como se pode crer, se há tanta divergência de heresias, e assim a própria verdade nos distrai e fatiga, pois outros estabelecem outros dogmas?” Depois de mostrar vários sinais pelos quais se distingue das heresias a verdadeira Igreja, assim conclui São Clemente: “Não só pela essência, mas também pela opinião, pelo princípio pela excelência, só há uma Igreja antiga e é a IGREJA CATÓLICA. Das heresias, umas se chamam pelo nome de um homem, como as que são  chamadas por Valentino, Marcião e Basílides; outras, pelo lugar donde vieram, como os Peráticos; outras do povo, como a heresia dos Frígios; outras, de alguma operação, como os Encratistas; outras, de seus próprios ensino, como os Docetas e Hematistas”. (Stromata 1.7. c. 15). O mesmo argumento podemos formular hoje. Há uma só Igreja que vem do princípio: é a IGREJA CATÓLICA. As seitas protestantes, umas são chamadas pelos nomes dos homens que as fundaram, ou cujas opiniões seguem, como: Luteranos (de Lutero), Calvinistas (de Calvino), Zuinglianos (de Zuínglio), etc.

Outras, do lugar donde vieram: Igreja Livre Evangélica Sueca, Irmão de Plymouth;

Outras, de um povo: Anglicanos (da Inglaterra), Irmãos Moravos (da Morávia);

No século III, Firmiliano, bispo de Capadócia, diz assim: “Há uma só esposa de Cristo que é a IGREJA CATÓLICA” (Ep. De Firmiliano nº 14).

Na história do martírio de São Piônio (morto em 251) se lê que Polemon o interroga:

— Como és chamado?

— Cristão.

— De que igreja?

— Católica (Ruinart. Acta martyrum pág. 122 nº 9).

São Frutuoso, martirizado no ano 259, diz: é necessário que eu tenha em mente a IGREJA CATÓLICA, difundida desde o Oriente até o Ocidente” (Ruinart. Acta martyrum pág 192 nº 3).

Lactâncio, convertido ao cristianismo no ano 300, diz: “Só a IGREJA CATÓLICA é que conserva o verdadeiro culto. Esta é a fonte da verdade; do qual se alguém sair, está privado da esperança de vida e salvação eterna” (Livro 4º cap. III).

São Paciano de Barcelona (morto no ano 392) escreve na sua epístola a Simprônio: “Como, depois dos Apóstolos, apareceram as heresias e com nomes diversos procuram cindir e dilacerar em partes aquela que é a rainha, a pomba de Deus, não exigia um sobrenome o povo apostólico, para que se distinguisse a unidade do povo que não se corrompeu pelo erro?… Portanto, entrando por acaso hoje numa cidade populosa e encontrando marcionistas, apolinarianos, catafrígios, novacianos e outros deste gênero, que se chamam cristãos, com que sobrenome eu reconheceria a congregação de meu povo, se não se chamasse CATÓLICA? (Epísola a Simprônio nº 3). E mais adiante, na mesma epístola: “Cristão é o meu nome; CATÓLICO, o sobrenome”(idem nº 4).

São Cirilo de Jerusalém (do mesmo século IV) assim instruiu os catecúmenos “Se algum dia peregrinares pelas cidades, não indagues simplesmente onde está a casa do Senhor, porque também as outras seitas de ímpios e as heresias querem coonestar com o nome de casa do Senhor, as suas espeluncas; nem perguntes simplesmente onde está a igreja, mas onde está a IGREJA CATÓLICA; este é o NOME PRÓPRIO desta SANTA MÃE de todos nós, que é também a ESPOSA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO” (Instrução Catequética c. 18; nº 26).

Santo Agostinho (do séc V) dizia: “Deve ser seguida por nós aquela religião cristã, a comunhão daquela Igreja que é a CATÓLICA, e CATÓLICA, é chamada não só pelos seus, mas também por todos os seus inimigos” (Verdadeira religião c 7; nº 12).

E quando o Concílio de Constantinopla, no ano de 381, colocou, no seu Símbolo estas palavras: “Cremos na Igreja Una, Santa, CATÓLICA e Apostólica”, isto não constituía novidade alguma, pois já desde tempo antiquíssimo, se vinha recitando no Credo ou Símbolo dos Apóstolos: creio na Santa Igreja CATÓLICA.

Vemos, portanto, na história do Cristianismo, o contraste evidente entre aquela igreja que veio desde o princípio e logo se espalhou por toda a parte (Ide, pois, e ensinais todas as gentes – Mt 28, 19) e que desde o começo foi chamada CATÓLICA, segundo o que acabamos de demonstrar, e as heresias que foram aparecendo no decorrer dos séculos, discordando deste ou daquele ponto, inventadas por um homem qualquer, mas todas levadas de vencida pela Igreja, pois ou desapareceram por completo ou ficaram reduzidas em número de adeptos que logo mergulharam no esquecimento.

Chega esta Igreja ao séc. XVI. Aparece então Martinho Lutero, pretendendo afirmar que esta Igreja está completamente afogada no erro e é preciso fazer uma reforma doutrinária. Queremos aqui fazer apenas uma pergunta ao “inspirado” e “esclarecido” Lutero: “Como é que Cristo deixou durante tantos séculos a sua Igreja mergulhada completamente no erro, e só no séc. XVI fez aparecerem os “inspirados” e “esclarecidos” doutrinários da verdade: Onde está a Providência Divina com relação à obra de Deus que é a sua Igreja?

Se tal desastre se tivesse verificado, então teria falhado completamente a promessa de Cristo: “E as portas do inferno não prevalecerão CONTRA ELA” (Mt 16, 18).

“Nem toda a água do rio Elba daria lágrimas bastante para chorar a desgraça da Reforma” (Melanchton, amigo de Lutero) (Lúcio Navarro, Legítima Interpretação da Bíblia).

Católico, tampe os ouvidos diante dos uivos dos lobos que trabalham furiosamente para arrancar-te do seio da Verdadeira Igreja, não lhes dê ouvidos, mas lembre-se com freqüência de que Cristo Jesus é o Santo Fundador da Única Igreja, e por mais que lancem pedras sobre ela, jamais a destruirão: “Cristo é o único Senhor da Igreja. Ela lhe pertence, pois é ele quem a edifica. É Pedro, porém, quem lhe guarda as chaves – para abrir – fechar – cerrar – excluir. Inimigos ardilosos, que a não conseguiram suplantar em campo aberto – tentarão – introduzir-se à socapa em seu seio, procurando combatê-la e destruí-la pelo interno”(Alfred Barth, Enciclopédia Catequética, Vol. II). Ame, sirva e defenda a Igreja Católica, Cristo Jesus deu a vida por ela: “Com a vitória da cruz, ele adquiriu para si o poder e o domínio sobre todas as gentes” (Santo Tomás de Aquino, Summa Theol., III, 42, 1), e: “Aquele que, feito homem, se tornara cabeça e senhor da humanidade, ora resgatou seu povo com seu Sangue – libertou-o – remiu-o – fê-lo seu. O véu do templo – a antiga aliança – rasgou-se” (Leão I, Serm., 68, 3), e também: “Amem esta Igreja, sejam essa Igreja, fiquem na Igreja! E amem o Esposo!” (Santo Agostinho).

 

Fora da Igreja Católica não há salvação

 

“Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, (o Concílio) ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (Catecismo da Igreja Católica, 846).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

João Paulo II e as Seitas

 

Como João Paulo II responde ao desafio das seitas

Não existiu nenhum outro Pontífice que tenha falado, com tanta valentia sobre um tema que, por sua raiz complexa e urticante, não poucos preferem calar.

Em razão da impossibilidade de incluir todas as manifestações, selecionamos os textos e parágrafos mais relevantes, razão pela qual sugerimos uma segunda leitura dos documentos por completo.

Especial importância tem a mensagem dirigido ao terceiro grupo de bispos norte americanos, em sua visita “ad limina” em 18 de maio de 1993, onde João Paulo II alude a um tema de grave consideração, como é o da penetração de idéias e conceitos da New Age ou Nova era “na pregação, na catequese, nos congressos e retiros” , chegando a “influenciar inclusive os católicos praticantes”.

Também é digno de ressaltar pela riqueza do conteúdo e orientações, a mensagem que o Papa por motivo da Jornada Mundial do Emigrante, deu em 25 de julho de 1990. No mesmo, o Pontífice se refere exclusivamente ao fenômeno das seitas e NMR, e menciona as diversas realidades pelas que atravessam os emigrantes, realidades estas, que muitas vezes facilitam a adesão a não poucos movimentos de características sectárias.

O nosso país é um onde os emigrantes estão à ordem do dia: pessoas que emigram às nossas terras, provenientes de variados países; pessoas que emigram do interior às grandes cidades; e pessoas nativas das grandes cidades que não emigram, mas pelas características alienantes das megalópolis, como tais em suas próprias cidades.

A continuação conseguimos uma recopilação de mensagens do Papa João Paulo II, onde se refere ao fenômeno das seitas e NMR.

 

– Discurso de João Paulo II, aos bispos da Bolívia em sua mensagem pastoral, L’Osservatore Romano, 21 (1988), p.10.

“…Alegra-me profundamente poder comprovar pessoalmente a religiosidade do povo boliviano, que espera e necessita de nossa guia doutrinal, para poder purificar e consolidar na verdade suas sinceras e profundas crenças religiosas, assim mesmo necessita de nossas orientações para saber como atuar e defender-se frente à atividade proselitista das seitas, que em recentemente, estão se multiplicando na Bolívia; tais seitas de corte fundamentalista estão semeando confusão no povo, e por desgraça podem logo diluir a coerência e a unidade da mensagem evangélica”.

– Discurso de João Paulo II, aos bispos do Peru em sua visita ad limina, Vaticano, junho de 1988 – L’Osservatore Romano, 23 (1988), p. 21 e 32.

“Vejo que nos diversos países da América Latina o problema número um é, cada vez mais, o problema das seitas; alguns Bispos manifestaram uma opinião muito pessimista frente ao futuro, eu não posso permanecer indiferente ante estas opiniões pessimistas (…)”.

“Isto deve constituir um motivo a mais de preocupação pastoral, que nos leva a propor e planejar uma ação evangelizadora, para a qual precisa-se de agentes de pastoral convenientemente formados e imbuídos de grande espírito apostólico”.

 

– Discurso de João Paulo II, aos bispos do Zaire em sua visita ad limina, L’Osservatore Romano, 48 (1988), pp. 21 e 32.

” Aludis à proliferação das seitas e sua ação corrosiva. As razões são sem dúvida múltiplas. O fato constitui para a Igreja uma séria interpelação, convidando a desenvolver a formação catequética dos fiéis e de comunidades eclesiais ricas, posto que os que são tentados pelas seitas, buscam provavelmente uma resposta simples ou sincretista à suas interrogações e uma sustentação calorosa, que pertence à ordem da caridade”.

 

– Discurso de João Paulo II, aos bispos da Conferência Episcopal Mexicana, Lago Guadalupe, México, 12 de maio de 1990 – L’Osservatore Romano, 34 (1990), p.1.

“Tampouco deve-se descuidar da grave problemática dos ‘novos grupos religiosos’, que semeiam confusão entre os fiéis, especialmente nos ambientes meios e marginais ou pobres. Seus métodos, seus recursos econômicos e a insistência de seu trabalho proselitista causam impacto, principalmente, entre aqueles que emigram do campo para a cidade”.

 

– Mensagem de João Paulo II, na Jornada mundial do Emigrante
Vaticano, 25 de julho de 1990 – L’Osservatore Romano, 34 (1990), p. 1 e 2.

“Quisera refletir convosco por ocasião da Jornada mundial do Emigrante sobre um problema que está se tornando cada vez mais preocupante: o perigo a que estão expostos muitos emigrantes, de perder sua própria fé cristã por causa de seitas e de novos movimentos religiosos que proliferam sem cessar. Alguns destes grupos se reclamam cristãos; outros se inspiram em religiões orientais; e outros fazem referência às ideologias, freqüentemente revolucionárias, de nosso tempo”.

“Ainda que seja difícil descobrir uma linha de conteúdos comuns em todos eles, é possível traçar sua tendência geral. Nestes movimentos a salvação costuma ser considerada, no geral, como algo exclusivo de um grupo minoritário, guiado por personalidades superiores, que crêem ter uma relação privilegiada com Deus cujos segredos pretendem somente eles conhecer. Também a busca do sagrado apresenta contornos ambíguos. Para alguns trata-se de um valor superior, para o qual o homem tende sem poder jamais alcançá-lo; para outros, ao contrário, está situado no mundo da magia, e buscam atraí-lo à sua própria esfera para manipulá-lo e reduzi-lo a seu próprio serviço”.

“As seitas e os novos movimentos religiosos propõem hoje à Igreja um grande desafio pastoral tanto pelo mal-estar espiritual e social em que fundam suas raízes, como pelas instâncias religiosas das quais são instrumentos. Essas instâncias, tiradas do contexto da doutrina e da tradição católica, freqüentemente são levadas a conclusões muito distantes das originárias. O difundido milenarismo, por exemplo, evoca as temáticas da escatologia cristã e os problemas relativos ao destino do homem; querer dar respostas de caráter religioso a questões políticas ou econômicas revela a tendência a manipular o verdadeiro sentido de Deus , chegando de fato a excluir Deus da vida dos homens; o zelo quase agressivo com que alguns buscam novos adeptos indo de casa em casa ou detendo aos transeuntes nas esquinas das ruas, é uma falsificação sectária do zelo apostólico e missionário; a atenção que se presta ao indivíduo e a importância que se atribui a sua abordagem à causa e ao desenvolvimento do grupo religioso, além de responder ao desejo de valorizar a própria vida sentindo-se úteis à comunidade a que pertencem, constitui uma expressão desviada do papel ativo próprio dos fiéis, membros vivos do Corpo de Cristo, chamados a trabalhar pela difusão do reino de Deus”.

“De fato, a expansão das seitas e dos novos movimentos religiosos concentra seus esforços em alguns setores estratégicos: entre estes estão as migrações. Pela situação de desarraigo social e cultural, e pela instabilidade em que se encontram, costumam ser presas fáceis de métodos insistentes e agressivos. Excluídos da vida social do país de origem, estranhos à sociedade em que se inserem, obrigados com freqüência a movimentar-se fora de uma ordem objetiva que defenda seus direitos, os emigrantes pagam a necessidade de ajuda e o desejo de sair da marginalização, em que estão confinados de fato, com o abandono de sua fé. É um preço que nenhum homem respeitoso dos direitos humanos deveria pedir ou aceitar. Ao emigrante não somente é ferido em sua dignidade humana, mas também em sua positiva e respeitosa colocação no ambiente social que o acolhe. E, desde então, não dão mostra de honradez e sensibilidade aqueles que, ainda tendo o dever de aliviar no emigrante o trauma e a desorientação causados pelo impacto com um mundo estranho à própria cultura, se aproximam a ele em um momento de profundo mal-estar para enganá-lo e instrumentalizá-lo”.

“Os pontos fracos em que se apóiam os novos movimentos religiosos são a instabilidade e a incerteza. Neles baseiam sua estratégia de aproximação. Trata-se de um conjunto de atenções e de serviços prestados para fazer que o emigrante abandone sua fé se adira a uma nova proposta religiosa. Apresentando-se como os únicos possuidores da verdade, afirmam a falsidade da religião que o emigrante professa e lhe pede que dê uma mudança bruta e imediata de rota. Trata-se, evidentemente, de uma verdadeira agressão moral, da qual não é fácil escapar com boas maneiras, pois seu ardor e insistência são sufocantes”.

“Os ensinamentos das seitas e novos movimentos religiosos, opõem-se à doutrina da Igreja Católica; por isso, a adesão a eles significa renegar a fé em que foram batizados e educados. O evangelho, ao mesmo tempo em que nos exorta a ser simples como as pombas, nos convida também a ser prudentes e astutos como as serpentes. A mesma vigilância que pondes quando estão em jogo vossos assuntos materiais, com o fim de não ser vítimas dos enganos de quem quer se aproveitar de vós, deve guiar-vos para não cair na rede das armadilhas de quem tenta contra vossa fé. ” Olhai a que ninguém vos engane -nos adverte o Senhor- Virão muitos usurpando meu nome e dizendo “eu sou”, e enganarão a muitos… Se alguém vos disser: “Olhai o Cristo aqui”. “Olhai-o ali” , não credes. Pois surgirão falsos profetas” (Mc 13, 6. 21-22). E também nos diz: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7, 15-16)”.

“Outros motivos que podem levar a acolher as proposições desses novos movimentos religiosos são a pouca coerência com que alguns batizados vivem seu compromisso cristão, e também o desejo de uma vida religiosa mais fervorosa, que se espera experimentar em uma determinada seita, quando a comunidade que se freqüenta está pouco comprometida”.

“Mas trata-se de um engano. Do mal-estar interior antes mencionado é combatido, de fato, mediante uma verdadeira conversão, segundo o evangelho, e não afligindo-se irrefletidamente a essa classe de grupos, adotando ritos religiosos que ocultam com o ruído das palavras a apatia do coração. Por isso faz falta uma séria renovação espiritual e uma coerente adesão à vontade de Deus, ao seguimento de Cristo; é um desvio o limitar-se a cumprir algum mandamento isolado e extravagante, do que faz depender o próprio destino da vida ou da morte”.

“(…) Os aspectos de instabilidade, nos quais se apóiam as seitas e os movimentos religiosos para tender armadilhas à fé do emigrante, devem constituir para a Igreja motivos para dar prioridade à atenção e à assistência ao emigrante. Os serviços, que freqüentemente costumam pagar com a renúncia à sua fé, devem ser prestados pela Igreja com solicitude gratuita, alegre de poder prestar um serviço ao próprio Cristo. Assim como Jesus é a imagem transparente do amor do Pai, igualmente deveria ser imagem da ternura do Redentor; por isso, deveria ser evidente que a comunidade, à que chega o emigrante, é comunidade capaz de acolher e amar. A comunidade dos que crêem em Cristo não deve mostrar nunca o rosto triste de quem sente estorvado em seus compromissos e projetos diários, mas que deve manifestar o rosto alegre de quem descobriu a Cristo, esperado e reconhecido no estrangeiro (…)”.

“Queridos emigrantes: Mantenhais-vos firmes na fé, sede homens, sede fortes” (1Cor 16,13). A exortação do Apóstolo Paulo é um eco das palavras do Senhor que nos convida a construir nossa própria existência sobre a rocha sólida que é o próprio Jesus, Filho de Deus, nos assegura a salvação. Só quem está firmemente enraizado nele pode dar frutos que resistam ao desgaste de todas as modas, inclusive as das seitas religiosas. A gratidão para com o dom de Deus, manifestada mediante a resposta de uma vida cristã coerente, atrai sobre vós outros dons de comunhão com ele e de perseverança em vosso fiel compromisso cristão. ‘Quem me ama, será amado por meu Pai; Eu o amarei e me manifestarei a ele’ (Jo 14,21) e ‘a todo aquele que tem será dado e terá em abundância’ (Mt 25,29). Quanto mais vos adentreis no caminho da vida cristã, tanto mais estareis ao abrigo das armadilhas que atentam contra vossa fé”.

 

– Discurso de João Paulo II, aos bispos argentinos em sua visita ad limina, Vaticano, 18 de janeiro de 1991 – Aica Doc 230, Aica Nº 1779 (1991), pp. 2/6.

” … Com paciência, com pedagogia paternal, mediante um itinerário catequético permanente, através de missões populares e outros meios de apostolado, ajudai a esses fiéis a amadurecer em sua consciência de pertencer à Igreja e a descobri-la como sua família, sua casa, o lugar privilegiado de seu encontro com Deus”.

” São precisamente essas multidões que conservam a fé de seu batismo, mas provavelmente debilitada pelo desconhecimento das verdades religiosas e por uma certa ‘marginalidade’ eclesial, as mais vulneráveis frente o combate do secularismo e do proselitismo das seitas (…)”.

“A presença das seitas, que atuam especialmente sobre estes batizados insuficientemente evangelizados ou afastados da prática sacramental, mas que conservam inquietudes religiosas, deve constituir para nós um desafio pastoral ao que será necessário responder com um renovado dinamismo missionário”.

 

– Mensagem de João Paulo II, em sua Segunda viagem apostólica ao Brasil, outubro de 1991 – Citado por URREA, JUAN C. ” Os NMR na América Latina”, Ed. Paulinas, Chile 1992, p. 62.

” Se bem a promoção destas seitas e grupos conta com fortes recursos econômicos e que sua pregação seduz ao povo com falsos espelhismos, engana com simplificações distorcidas e semeia confusão, principalmente nos mais simples que receberam escassa instrução religiosa”.

“É importante pois, que vossa pastoral, saiba ocupar os espaços nos quais estas seitas atuam, despertando no povo a alegria e o santo orgulho de pertencer à única Igreja de Cristo, que subsiste em nossa santa Igreja Católica”.

 

– Discurso de João Paulo II, ao terceiro grupo de bispos dos EUA em sua visita ad limina. Vaticano, 18 de maio de 1993 – Reprodução em ‘Palavra’, 343/4, Madri, agosto de 1993, p. 129.

“Enquanto a secularização continua avançando sob muitos aspectos da vida, há uma nova demanda de espiritualidade, como mostra a aparição de muitos movimentos religiosos e terapêuticos, que pretendem dar uma resposta à crise dos valores da sociedade ocidental”.

“Esta inquietude do homo religious produz alguns resultados positivos e construtivos, como a busca de um novo significado da vida, uma nova sensibilidade ecológica e o desejo de ir além de uma religiosidade fria e racionalista. Por outro lado, este despertar religioso traz consigo alguns elementos muito ambíguos, incompatíveis com a fé cristã”.

“Muitos de vós escreveram cartas pastorais sobre os problemas que representam as seitas e movimentos pseudo-religiosos, incluído o chamado New Age. As idéias da New Age às vezes abrem caminho na pregação, a catequese, nos congressos e nos retiros, e assim chegam a influenciar inclusive aos católicos praticantes, que talvez não são conscientes da incompatibilidade dessas idéias com a fé da Igreja”.

“Em sua perspectiva sincretista e imanente, estes movimentos pára-religiosos prestam pouca atenção na Revelação, e bem, tentam chegar a Deus através do conhecimento e da experiência, baseados em elementos que pegam emprestados da espiritualidade oriental e de técnicas psicológicas. Tendem a relativisar a doutrina religiosa em favor de uma vaga visão do mundo, que se expressa mediante um sistema de mitos e símbolos revestidos de uma linguagem religiosa. Além disso propõem freqüentemente uma concepção panteísta de Deus, incompatível com a Sagrada Escritura e a tradição cristã. Substituindo a responsabilidade pessoal de nossas ações frente a Deus com um sentido de dever frente ao cosmo, tergiversando assim o verdadeiro conceito de pecado e a necessidade da redenção por meio de Cristo”.

 

– Discurso de João Paulo II, ao primeiro grupo de bispos argentinos em sua visita ad limina. Vaticano, 7 de fevereiro de 1995 -Aica Doc 328, Aica Nº 199O (1995), pp. 67/71.

” (…) A ignorância religiosa e a deficiente assimilação vital da fé, que deriva de uma catequese insuficiente ou imperfeita, deixariam aos batizados inermes frente aos perigos reais do secularismo ou do proselitismo das seitas fundamentalistas, com o conseguinte risco de que estes substituem as valiosas e sugestivas expressões cristãs da piedade popular (…)”.

“Outro fenômeno de nossa cultura contemporânea é que, enquanto a secularização continua avançando sob muitos aspectos da vida, percebe-se também uma nova demanda de espiritualidade, expressão da condição religiosa do homem e sinal de sua busca de respostas à crise de valores da sociedade ocidental (…)”.

” Deve-se ter presente, entretanto, que não faltam desvios que deram origem a seitas e movimentos gnósticos ou pseudo-religiosos, configurando uma moda cultural de vastos alcances que, às vezes, encontra eco em amplos setores da sociedade e chega inclusive a ter influência em ambientes católicos”.

“Por isso, alguns deles, em uma perspectiva sincretista, amalgamam elementos bíblicos e cristãos com outros extraídos de filosofia e religiões orientais, da magia e de técnicas psicológicas”.

“Esta expansão das seitas e de novos grupos religiosos que atraem a muitos fiéis e semeia confusão e incerteza entre os católicos é motivo de inquietude pastoral”.

 

Fonte: Filhos da Paixão

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