Em um mundo cercado pela tecnologia, um curso universitário na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, chama a atenção dos alunos por sua peculiaridade
Redação (27/12/2023, 11:30, Gaudium Press) O curso, elaborado pelo professor Justin McDaniel sobre o monacato e a vida ascética, recebe todos os anos cerca de 300 candidaturas, mas apenas 20 são selecionados.
A ideia do curso, do professor de estudos religiosos McDaniel, nasceu da sua observação sobre a crescente confusão e curiosidade entre os estudantes quando eram abordados temas relacionados com a vida monástica.
A decisão de experimentar na prática a vida ascética dos monges foi uma das razões para a criação do curso: “Vivendo intencionalmente: monges, santos e a vida contemplativa”. A experiência inicial com os primeiros estudantes abriu caminho para a popularidade do curso, que todos os anos atrai vários candidatos.
Muitos dos participantes guardam recordações da experiência anos após tê-la vivido. Outros descreveram como as aulas aumentaram os níveis de concentração e produtividade inclusive em outras disciplinas da faculdade, além de melhorar a sensação de paz e de bem-estar. Esse fenômeno deu origem à adoção do termo “modo monástico”, que implica dedicar-se a uma única tarefa sem a interferência da tecnologia ou outras distrações.
Apesar dos benefícios, a seleção dos candidatos é difícil, pois o curso exige restrições pouco habituais. Os estudantes assumem o compromisso de adotar uma série de práticas ascéticas. Entre as exigências estão começar o dia às 5:30 da manhã, a proibição de se tocarem ou de se olharem nos olhos. Além disso, eles se comprometem a guardar o silêncio e o único modo de comunicação deve ser por escrito. A alimentação também é regulada: as refeições devem ser realizadas unicamente durante o dia. Além disso, os alunos entregam seus celulares e computadores durante 30 dias e aceitam abrir mão do uso de internet, rádio e televisão.
A popularidade do curso proporcionou ao professor McDaniel valiosas perspectivas sobre a psicologia e os anseios da juventude. Comumente vistos como obcecados pelas redes sociais e desorganizados, os jovens têm, na verdade, uma capacidade de auto-negação e um forte anseio pela paz e pela ordem, destaca o professor McDaniel. (FM)
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