A Província da América Central da Companhia de Jesus denunciou que seis jesuítas foram expulsos de sua residência em Manágua pelas forças do governo de Daniel Ortega
Redação (21/08/2023, 15:00, Gaudium Press) A Província da América Central da Companhia de Jesus denunciou que seis jesuítas foram expulsos de sua residência em Manágua no último 19 de agosto, sábado.
No início da tarde do sábado, a polícia nicaraguense e fiscais do poder judiciário do governo compareceram à residência dos jesuítas, que fica ao lado da Universidade Centro-americana, com um mandado de despejo.
A residência, conhecida como Vila Carmen, é propriedade da Companhia de Jesus. Documentos oficiais foram apresentados como prova durante a intervenção do governo. A escritura de Vila Carmen é clara quanto ao fato de que a residência dos jesuítas é uma propriedade separada da UCA e pertence à Companhia de Jesus.
No entanto, os funcionários ignoraram os documentos e argumentaram que a casa também é propriedade do Estado da Nicarágua, conforme explicado no comunicado da Companhia de Jesus que narra os fatos do sábado.
Diante da situação complicada e tensa, os seis religiosos acataram as ordens dos militares e deixaram a residência, levando consigo apenas alguns objetos pessoais. Eles foram acomodados na comunidade Santo Inácio, também em Manágua.
Diante dessa intervenção do governo, a Província Centro-americana da Companhia de Jesus manifestou sua indignação por meio de um comunicado oficial. “Condenamos este ato de violência e manifesta nossa confiança de que o Senhor da História continuará a proteger os Jesuítas da Nicarágua durante este momentos”, diz o documento.
Continúan las medidas arbitrarias contra la Universidad Centroamericana (UCA), el gobierno nicaragüense ha decidido también confiscar la residencia Villa del Carmen, la comunidad donde viven los jesuitas que trabajan en la UCA.#TodosSomosUCA #Jesuitas
https://t.co/ZzmjUQ7lyi pic.twitter.com/MYkUXQckY1
— Conferencia de Provinciales Jesuitas LAC – CPAL (@SomosJesuitas) August 20, 2023
A Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina e do Caribe (CPAL) também publicou um comunicado no qual lamenta o ato e afirma que se trata novamente de um desrespeito e uma ameaça aos direitos fundamentais do ser humano.
A expulsão dos seis jesuítas ocorre alguns dias após o governo de Daniel Ortega confiscar todos os bens da UCA, alegando que é um centro terrorista. O fechamento da Universidade Centro-americana deixou mais de 9 mil alunos sem acesso à educação. Isso foi mais um duro golpe contra a Igreja e as instituições católicas que não cessam de denunciar os abusos da ditadura sandinista. (FM)
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