A Congregação de Sant’Ana confirma o sequestro de 6 de suas religiosas e outros ocupantes do ônibus.
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Redação (20/01/2024 11:13, Gaudium Press) Seis religiosas pertencentes à Congregação das Irmãs de Sant’Ana foram sequestradas por criminosos armados que interceptaram um micro-ônibus na Avenida Chile, no centro de Porto Príncipe, Haiti, na manhã desta sexta-feira, 19 de janeiro de 2024.
Os bandidos entraram no veículo, que estava a caminho da escola e, sob ameaça de armas, fizeram todos os passageiros reféns, incluindo as seis religiosas e uma jovem que as acompanhava, além do motorista.
A Conferência Haitiana de Religiosos emitiu uma nota, expressando profunda consternação ao tomar conhecimento “da triste notícia do sequestro de seis religiosas da Congregação das Irmãs de Sant’Ana e outros ocupantes do ônibus que as transportava. Estes sequestros enchem de tristeza e terror os consagrados do Haiti e as almas de boa vontade.
“Neste momento doloroso, a diretoria da CDH convida todos os cristãos no Haiti a fazer uma corrente de oração de súplica: ‘Quero clamar ao Senhor Deus em alta voz, em alta voz eu clamo a Deus: que ele me ouça!’ (Sl 76, 2).
“Que o Espírito de força seja dado às Irmãs de Sant’Ana para encontrar uma saída para esta terrível situação. A solidariedade dos consagrados do Haiti e do mundo os ajude a superar esta difícil provação”.
Segundo o Vatican News, o sequestro foi denunciado pelo bispo de Anse-à-Veau e Miragoâne, D. Pierre-André Dumas, que condenou “[…] com vigor e firmeza este último ato hediondo e bárbaro que nem sequer respeita a dignidade dessas consagradas que se entregam a Deus a contento de seu coração em educar e formar os jovens, os mais pobres e os mais vulneráveis de nossa sociedade”.
Dom Dumas pede a libertação dos reféns e afirma estar disposto a tomar o lugar deles como refém.
Até o momento, nenhuma informação sobre a identidade das vítimas ou uma exigência de resgate foi divulgada.
Violência
Em 1º de janeiro de 2024, o Haiti comemorou 220 anos de independência. A comemoração dessa liberdade ressoa de forma incomum em um país assolado pelas guerras de gangues.
De fato, o Haiti, apelidado de “a pérola das Antilhas”, enfrenta inúmeras dificuldades: difícil reconstrução após o terremoto de 2010, instabilidade política e, acima de tudo, as guerras de gangues que invadem as ruas e a vida dos haitianos, prejudicando o desenvolvimento econômico e social.
As disputas entre facções rivais causaram a morte de cerca de 4.000 pessoas somente em 2023.
Desde agosto de 2023, grupos armados vêm realizando sequestros e mantendo os moradores como reféns, saqueando e incendiando residências com total impunidade.
Inúmeras famílias, muitas das quais residem na região há várias décadas, foram forçadas a buscar refúgio em outras localidades
Ademais, os sequestros por resgate têm aumentado nos últimos meses na região metropolitana da capital, Porto Príncipe, tendo inclusive como alvo diversas religiosas.
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