Quando postos diante de situações “sem saída”, recorramos à Medianeira de todas as graças. Ela saberá tirar-nos das garras do demônio.
Igreja de São Francisco, Quito, Equador. Foto: Wikipedia
Redação (28/06/2023 10:24, Gaudium Press) Na era das Grandes Navegações, quando a América ainda estava nos albores da civilização, havia em Quito, no Equador, um ilustre arquiteto cujas excelsas construções eram causa de admiração para todos os habitantes da cidade. Ele se chamava Francisco Cantuña, e era descendente de uma antiga estirpe de indígenas.
Corria o ano de 1550, quando alguns sacerdotes franciscanos espanhóis solicitaram a este construtor que edificasse uma magnífica igreja em honra do fundador da ordem, São Francisco. O arquiteto aceitou o pedido dos padres e prometeu-lhes concluir a obra no prazo de um ano.
Entretanto, esse homem possuía um costume terrível: cedia aos excessos da bebida. Assim sendo, esbanjou todos os bens a fim de saciar seu vício. Inclusive, gastou todo o pagamento que recebera dos franciscanos.
Passava o tempo. A data de entrega se aproximava e Cantuña estava cada vez mais desesperado… Todos os habitantes da cidade estavam ansiosos para ver a igreja concluída.
Cantuña não sabia mais o que fazer. Entretanto, quando faltavam poucos dias para que expirasse o prazo determinado, tomou uma lamentável decisão: faria um pacto com o demônio, entregando sua alma em troca do término da construção, desde que não faltasse nenhuma pedra no edifício. O demônio apareceu-lhe aceitando tal contrato e, ansioso por receber a alma do desafortunado índio, convocou inúmeras legiões de espíritos malignos para terminarem a igreja. Quando colocassem a última pedra do templo, Cantuña entregaria sua alma ao diabo.
Do alto dos céus, São Francisco, vendo uma débil alma em perigo iminente, rogou à Santíssima Virgem que livrasse o índio da eterna condenação. Nossa Senhora, então, apareceu a Cantuña, o qual, caindo em si arrependeu-se de seu pecado. A Mãe de Deus consolou-o afetuosamente, dizendo que não se preocupasse com o problema, pois Ela mesma o resolveria.
Por fim, chegou o momento da entrega da igreja. O demônio, tendo já concluído a obra e contente com a perdição de Cantuña, exigiu a entrega de sua alma. Mas o índio quiz certificar-se de que o trabalho estava de fato concluído.
Percorrendo o edifício, ambos notaram uma lacuna: faltava uma pedra em uma das paredes. Maria Santíssima havia escondido a última pedra e, graças a Ela, o índio escapou das garras do demônio.
Capela Cantuña/ Wikipedia
Ele foi sepultado aos pés do altar da Capela que leva seu nome, Cantuña. Em seu testamento, pede que, no dia de Nossa Senhora das Dores, seja celebrada uma missa para o descanso eterno de sua alma, e que seja feita até o “fim dos tempos”. Com efeito, a capela possui um belíssimo retábulo, consagrado a Nossa Senhora das Dores.
Assim, quando postos diante de situações “sem saída”, recorramos à Medianeira de todas as graças. Ela saberá tirar-nos das garras do demônio e reconduzir-nos aos braços de seu Divino Filho.
Fonte: arautos.org
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