O Papa derroga o prazo de prescrição do caso Rupnik e entrega-o ao Dicastério para a Doutrina da Fé.
Dicastério para a Doutrina da Fé. Foto: Vatican News
Redação (27/10/2023 18:28, Gaudium Press) O Pontífice confiou ao Dicastério para a Doutrina da Fé a tarefa de examinar o caso do ex-jesuíta Pe. Marko Rupnik – mosaicista e pregador acusado de abuso psicológico e sexual por algumas mulheres consagradas maiores de idade e demitido em junho passado da Companhia de Jesus – e “decidiu derrogar a prescrição para permitir a realização de um julgamento”, de acordo com um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.
A decisão de Francisco ocorre após a divulgação de relatórios enviados, em setembro passado, pela Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores ao Papa, referindo-se a “problemas sérios” na condução do caso Rupnik e à “falta de proximidade com as vítimas”.
Ademais, a notícia da incardinação do Pe. Rupnik na diocese de Koper, na Eslovênia, sua terra natal, deve também ter pesado na sua decisão. “Enquanto Rupnik não for condenado, goza de todos os direitos e deveres de um sacerdote diocesano”, afirmou o vigário-geral desta diocese. Na verdade, a incardinação havia ocorrido no final de agosto, mas só agora se tornou conhecida do público em geral.
Da mesma forma, a anulação do prazo de prescrição ocorre após uma carta endereçada a algumas das vítimas do Pe. Rupnik, datada de 8 de outubro e assinada por Patricia Espinosa, da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, na qual ela se ofereceu para “rever os processos e ações que foram realizados em seu caso específico, para identificar como tudo isso pode ter afetado a legitimidade de sua denúncia, seus direitos e o apoio e acompanhamento que não lhe foram dados”, embora tenha afirmado que ” não temos competência para modificar a sentença existente, nem para intervir nas decisões tomadas pelo tribunal e pelos órgãos correspondentes”.
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