O Vaticano não confirmou as informações. O jornal italiano mantém a sua reportagem na seção de crônicas.
Foto: Vatican news/ Vatican media
Redação (18/02/2025 11:10, Gaudium Press) O jornal italiano Il Giornale d’Italia afirmou, em sua edição de 17 de fevereiro, que o Papa Francisco estaria no fim da vida no Policlínico Gemelli, em Roma. Citando fontes anônimas do Vaticano, o veículo afirmou que o pontífice já “recebeu a Unção dos Enfermos”.
O Il Giornale d’Italia foi fundado em 1901 e se define como um jornal independente. Após encerrar sua edição impressa em 1976, foi relançado no formato digital e, em 2020, ampliou sua presença no jornalismo online. Atualmente, faz cobertura sobre política, economia e cultura, e conta com aproximadamente 600 mil seguidores nas redes sociais. O diário não revelou quais fontes teriam afirmado que o Papa recebeu a Unção dos Enfermos.
O Vaticano, no entanto, não confirmou as informações. Pelo contrário, na manhã de 18 de fevereiro, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, declarou que o Papa teve uma “noite tranquila, descansou, tomou café da manhã e leu alguns jornais, como faz regularmente”. E que, no momento, o Papa respira por conta própria, seguindo a indicação de “repouso absoluto” prescrita pela equipe médica que o trata há quatro dias; motivo pelo qual o Papa não liderou a oração do Angelus no domingo passado. “O Papa descansou, esta manhã acordou, tomou café da manhã e se dedicou a ler alguns jornais como faz regularmente”, acrescentou Matteo Bruni, explicando que mais informações médicas serão divulgadas no final da tarde.
Os compromissos desta semana do Papa estão cancelados:
“Os compromissos de sábado, 22 de fevereiro, foram cancelados. Já para a Missa prevista no domingo, 23 de fevereiro, às 9h, na Basílica de São Pedro, em ocasião do Jubileu dos diáconos, o Papa Francisco delegou a Dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização”, informou o Vatican News.
Os rumores do Il Giornale d’Italia contrastam também com fatos da realidade. Mesmo hospitalizado, Francisco encontrou energia para manter seu regular contato com fiéis da Faixa de Gaza. O pároco Gabriel Romanelli relatou ao Vatican News que o Papa ligou para sua paróquia nos dois primeiros dias de internação, conversou com os fiéis e enviou sua bênção. “Ouvimos sua voz. É verdade, ele está mais cansado, mas nos escutou bem”, disse o sacerdote.
Jornalistas especializados na cobertura do Vaticano também desmentiram os boatos. A correspondente Bree A. Dail escreveu em suas redes sociais: “Embora o Papa esteja muito doente, alegar que sua condição é ‘terrível’ e que ele recebeu a Extrema Unção é infundado”.
Já a correspondente Mirticelli Medeiros, correspondente da GloboNews, afirmou que as informações são falsas: “A informação que tem circulado do Papa Francisco, que ele recebeu a Unção dos Enfermos e que o Papa está nas últimas, é mentira. E eu estou desmentindo isso com toda convicção”. “Nem mesmo jornalistas italianos conhecem esse Giornale d’Italia. Ninguém está falando disso aqui”, diz a correspondente que vive em Roma.
O jesuíta Antonio Spadaro, subsecretário do Dicastério para Cultura e Educação Católica e ex-diretor da Civiltà Cattolica, também comentou sobre o estado de saúde do Papa. Em entrevista ao programa Di Buon Mattino, da TV2000, emissora da Conferência Episcopal Italiana, Spadaro afirmou que a situação do Pontífice é estável e que “parece ter sido encontrada uma terapia eficaz”. Ele acrescentou: “O Papa não está piorando, como foi dito nas últimas horas. Embora esteja confinado a um quarto de hospital – o que certamente é difícil para ele –, é uma medida necessária. Desejamos-lhe uma pronta recuperação”.
Até o momento, não há evidências que confirmem as alegações do jornal italiano que mantém a sua reportagem na seção de crônicas.
Por Rafael Tavares
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