Após a oração do Ângelus ontem, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco fez algumas observações em relação à devastadora situação no Haiti.
Redação (11/03/2024 11:56, Gaudium Press) No Ângelus deste domingo, 10 de março, o Pontífice comentou o Evangelho do dia sobre a missão misericordiosa de Cristo, que “não veio para condenar, mas para salvar”.
Ele salientou que “não há segredos diante de Jesus: Ele lê o coração de cada um de nós. Essa capacidade pode ser inquietadora porque, se mal utilizada, prejudica as pessoas, expondo-as a julgamentos impiedosos.” É verdade que Jesus conhece as nossas fraquezas e os nossos pecados, e não usa este conhecimento “para nos apontar o dedo, mas para abraçar nossas vidas, para libertar-nos dos nossos pecados e salvar-nos”.
Após o Ângelus, o Papa expressou a sua “preocupação e tristeza com a grave crise que afeta o Haiti e os episódios violentos ocorridos nos últimos dias”, e disse estar próximo da Igreja e do “querido povo” que sofre há anos.
“Convido-vos a rezar, por intercessão de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, para que cesse toda a violência e para que todos ofereçam sua contribuição para o crescimento da paz e da reconciliação no país, com o apoio renovado da comunidade internacional”.
A situação no país de 11 milhões de habitantes é dramática. Bandidos armados realizaram um ataque ao palácio presidencial, três delegacias de polícia e provocaram também tumultos em prisões, resultando na fuga de milhares de detentos, e causando dezenas de fatalidades, além do deslocamento de aproximadamente 15 mil pessoas. O fechamento do aeroporto impossibilitou a entrega de ajuda humanitária, o que inspira receios de uma iminente crise de fome no país.
Os líderes da Comunidade do Caribe (Caricom) estão reunidos desde ontem para analisar a complicada situação. Hoje está prevista a chegada do secretário de Estado americano para participar do encontro. A proposta apresentada na Caricom visa “acelerar a transição no Haiti através do estabelecimento de uma presidência colegiada, independente e de ampla representação, bem como o envio de uma missão multinacional para enfrentar a crise de segurança”.
A União Europeia evacuou todo o seu pessoal do Haiti.
Cerca de 40% da população haitiana segue a religião católica, enquanto 14% são protestantes, e aproximadamente 46% praticam rituais de vodu.
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