Quase um terço da população da Suíça diz não ter religião segundo apontou o relatório do Ofício Federal de Estatísticas do país
Redação (30/06/2023 08:00, Gaudim Press) Quase um terço da população da Suíça (32%) diz não ter religião, segundo apontou o relatório do Ofício Federal de Estatísticas do país. Esse é o segundo maior grupo do país, atrás apenas dos católicos que representam 33% da população suíça.
Ora, há 50 anos, o número de pessoas que se diziam sem religião representava apenas 1%. Com o passar das décadas, o aumento foi bastante grande: em 2000 eram 11%, em 2010 passaram a ser 20%, e em 2021 “os sem-religião” são 32%, quase um terço da população com idade superior a 15 anos.
Aumenta o numéro dos que não têm religião
No mesmo período, os católicos passaram de 46,7% em 1970, para 42% em 2000 e em 2021 eram 32,9%. Em 1970, os protestantes eram quase metade da população; em 2000, o número caiu para 33,9%; e em 2021, eles representam 21,1%. Ainda que o número dos “sem-religião” seja significativo na Suíça, ele é bem inferior a outros países europeus, como a França, onde 57% da população declara não ter religião.
O estudo revelou que os cantões onde há maior número de pessoas sem religião são os Cantões francófonos. Em Bâle e Neuchâtel, províncias de língua francesa, a porcentagem das pessoas sem pertencimento religioso é de 56% e 52%, respectivamente. Em contrapartida, nos cantões que falam romanche, Nidwald e Obwald, a porcentagem respectiva dos “sem-religião” é de 23% e 20%. A média geral dos Cantões italianos e alemães situa-se, respectivamente, entre 26% e 31%.
Segundo a pesquisa, as pessoas com idade entre 25 e 34 anos são as que menos praticam a religião, representando 41% do total. Os homens são mais numerosos ao se declararem sem religião (35%) em relação às mulheres (30%).
Afastamento da religião, crença em Deus,…
Dois terços dos que se declaram atualmente sem religião praticavam a religião católica na infância (50%) ou a religião protestante (40%), mas se afastaram das práticas religiosas quando cresceram.
Os participantes do estudo foram interrogados sobre as motivações que os levaram a deixar a religião. 29% responderam que não estão de acordo com o posicionamento das comunidades religiosas, 15% afirmaram que perderam a fé, 17% disseram nunca ter tido fé, e 4% são contra a religião. Outras razões foram evocadas, como evitar taxação de impostos, desejo de praticar a religião fora das normas institucionais, entre outras.
Entre os “sem-religião”, a consideração da existência de Deus não é unânime. Cerca de um terço das pessoas sem religião acredita em Deus ou em uma “força superior”, 22% têm dúvidas sobre a existência de uma divindade, e 38% não acreditam em nenhum deus e em nenhuma força superior. (FM)
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