InícioNotícias da IgrejaUma nova pandemia: a intolerância dos “tolerantes”

Uma nova pandemia: a intolerância dos “tolerantes”

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Se eles me perseguiram, também vos perseguirão, disse Nosso Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos.

Redação (31/08/2020 13:00, Gaudium Press) Os crimes de ódio anticristão, em várias partes do mundo, estão aumentando. O governo chinês continua eliminando qualquer símbolo cristão; nos últimos meses, mais de 500 cruzes foram removidas do exterior das igrejas, apenas na província de Anhui. É a continuação de uma ação que se radicalizou a partir de 2018, já que as cruzes violam as leis do país.

Atos de ódio anticristão, praticamente em todo o mundo

Na França -a terra da “liberdade, igualdade e fraternidade”- ocorreram, segundo a Conferência Episcopal, de janeiro a março de 2019, 228 atos de violência anticristã. É com profunda dor que testemunhamos o incêndio de Notre Dame, que ainda não foi esclarecido. Quase dois meses atrás, a Catedral de Nantes sofreu um incêndio semelhante e misterioso em seu antigo e majestoso órgão de 5.500 tubos. Dois deputados afirmaram, em uma entrevista, que houve três atos contra a Igreja por dia na França. E não é só na França, os ataques estão aumentando em toda a Europa; na Índia, aumentaram em 40% no primeiro semestre deste ano.

Outra particularidade do ódio anticristão estamos vendo nos protestos ocorridos em países como Chile, México, Argentina, ao grito da revolucionária frase do teórico anarquista russo Pyotr Kropotkin: “a única Igreja que ilumina é a que arde”; quebrando crucifixos, decapitando imagens de Nossa Senhora ou pintando o exterior das igrejas com slogans anti-religiosos.

Nos Estados Unidos, modelo de respeito democrático, alguns setores dentro dos manifestantes vandalizaram, na Missão de São Gabriel na Califórnia, fundada pelo missionário São Junípero Serra, frade franciscano protetor dos índios, sua imagem; foi ele quem batizou estas grandes cidades do lugar com o nome de Los Angeles, San Diego, San Francisco. Algumas igrejas também foram danificadas.

Mais recentemente, a imagem do Sangue de Cristo, da Catedral de Manágua, Nicarágua, com seus 382 anos de antiguidade, foi queimada por mãos de criminosos ainda não identificados. Fato -segundo o Cardeal Arcebispo Leopoldo Brenes- “planejado com muita calma”, “ato de terrorismo”, “um sacrilégio totalmente condenável”. Dias antes, no mesmo país, uma capela na cidade de Nindirí foi profanada. Roubaram a custódia do Santíssimo Sacramento e o cibório do tabernáculo, jogando as Hóstias no chão, pisoteando-as, destruindo imagens, bancos e outros móveis, refletindo uma hostilidade anticatólica especial.

Uma pandemia revolucionária anticristã

Extremismos ideológicos, motins anarquistas, exacerbações políticas, fanatismos religiosos, todo tipo de violência, em diferentes países e variadas situações, mas com a característica de que todos se congregam em um pólo de ódio contra a Santa Igreja Católica. Uma verdadeira “pandemia revolucionária anticristã” de perseguições, de atos de intolerância religiosa. A intolerância dos “tolerantes”.

Chama a atenção que ocorram, não apenas ataques contra seres mortais -já que também acontecem assassinatos de missionários, especialmente no continente africano-, mas também contra edifícios de igrejas ou imagens, que simbolizam tantas coisas celestiais. Investidas criminosas, atitudes contra quem? Contra Deus. Sim, contra Deus que está ali, patentemente representado.

Os tempos mudaram? Há uma mudança de atitude dos inimigos de Deus e de sua Igreja? Estamos testemunhando o que se afirmou na Mensagem de Fátima: virão “as perseguições à Igreja”? Presenciando o que foi anunciado por Nosso Senhor Jesus Cristo: “Se eles me perseguiram, também vos perseguirão” (Jo 15,20)?

A raça da Virgem e a raça da serpente

A Sagrada Escritura, já nos seus primórdios, nos relata a queda de nossos primeiros pais, Adão e Eva, e a promessa de vitória, ao dizer: “Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela; ela esmagará a tua cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”(Gn 3,15). Anuncia o nascimento de duas raças espirituais, a raça da Virgem, “agora sois filhos da luz” (Ef 5, 8-9) e a raça maligna da serpente, Satanás, aqueles que praticam “as obras das trevas” (Ef 5, 11). O confronto entre ambas só cessará, no fim do mundo. Mas, ao longo da História, a raça da serpente foi -segundo lhe era conveniente pelas circunstâncias- escondendo ou mostrando, suas “garras”.

Vemos, em nossos dias, os fiéis católicos testemunhando entristecidos, cheios de perplexidade e até com certo temor, estes sacrílegos acontecimentos. Diante dos perigos que isso significa, eles querem permanecer fiéis, pois têm a marca de Deus gravada em seus corações. Nas palavras de São Paulo: “com temor e tremor”, “como filhos de Deus sem mácula, no meio desta geração perversa e depravada, entre a qual brilhas como luz do mundo, mantendo firme a palavra da vida” (Fl 2, 12-15).

Vemos, em nossos dias, os fiéis católicos testemunhando entristecidos, cheios de perplexidade e até com certo temor, estes sacrílegos acontecimentos. Diante dos perigos que isso significa, eles querem permanecer fiéis, pois têm a marca de Deus gravada em seus corações. Nas palavras de São Paulo: “com temor e tremor”, “como filhos de Deus sem mácula, no meio desta geração perversa e depravada, entre a qual brilhas como luz do mundo, mantendo firme a palavra da vida” (Fl 2, 12-15).

O mundo de hoje vive “nas trevas” da Fé. O mal, no século XXI, com todos os meios materiais para destruir o Bem, teme a palavra dos bons. Sabe que o Bem é invencível e que a Igreja é imortal.

A causa profunda deste ódio, por trás do qual evidentemente está o diabo, é o reflexo nos filhos da Virgem, os fiéis católicos, de sua Pureza Imaculada. Encontramos aí a causa mais profunda do ódio de tantos ataques.

Apesar das aparentes desproporções diante do poder dos ímpios, devemos nos alegrar porque a vitória será sempre da Santíssima Virgem, «porque para Deus nada é impossível» (Lc 1,37).

A Virgem triunfará

A Santíssima Virgem é a Rainha que veio -através de suas diversas aparições ao longo dos últimos séculos- preparar a Humanidade para os ataques por excelência entre estas duas raças: os filhos da luz e os filhos das trevas. Dando fervor aos bons e confundindo os maus. A luta que nos relata o livro do Apocalipse foi um prenúncio: “Um grande sinal apareceu no Céu: uma mulher vestida de sol, com a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça”, “e apareceu outro sinal no céu: um dragão vermelho”, “e houve uma batalha no céu: São Miguel e os seus anjos lutaram contra o dragão”, “e não havia lugar para eles no céu” (Ap 12, 1-8).

Termino aqui este apaixonante tema com uma resposta aos que blasfemam, gritando em fúria como demônios, contra a Santa Igreja: “Deus não existe” ou “Igreja lixo”, com a frase do poeta francês Edmond Rostand: “Insultem o sol que ele brilhará da mesma forma”.

Por Padre Fernando Gioia, EP

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

www.reflexionando.org

(Publicado originalmente em ‘La Prensa Gráfica’, El Salvador, 30 de agosto de 2020)

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