Segundo o pontífice, este vício pode ser entendido como “um abatimento da alma, uma aflição constante que impede o homem de sentir alegria em sua própria existência”.
Cidade do Vaticano (06/02/2024 16:44, Gaudium Press) Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 07, o Papa Francisco continuou sua catequese sobre os vícios e as virtudes. Desta vez, o Santo Padre refletiu sobre o vício a tristeza, “entendida como um abatimento da alma, uma aflição constante que impede o homem de sentir alegria em sua própria existência”.
O Pontífice destacou que é necessário fazer uma distinção importante entre dois tipos de tristeza. Citando os Padres do deserto, Francisco afirmou que “existe uma tristeza que é própria da vida cristã e que com a graça de Deus se transforma em alegria: esta, obviamente, não deve ser rejeitada e faz parte do caminho de conversão. Mas há também um segundo tipo de tristeza que se infiltra na alma e a prostra em um estado de desânimo; este segundo deve ser combatido”.
A tristeza amiga e a doença da alma
Segundo o Santo Padre, existe “uma tristeza amiga, que nos leva à salvação”. Citando como exemplo o caso do filho pródigo, que após chegar ao fundo do poço decidiu voltar para a casa do pai, Francisco explicou que “é uma graça sentir dor pelos nossos pecados, lembrar o estado de graça do qual caímos, chorar porque perdemos a pureza na qual Deus nos sonhou”.
Já o outro tipo de tristeza pode ser considerada uma “doença da alma”. De acordo com o Pontífice, “este vício nasce no coração do homem quando desaparece um desejo ou uma esperança”.
“A dinâmica da tristeza está ligada à vivência da perda. No coração do homem surgem esperanças que às vezes são frustradas. Pode ser o desejo de possuir algo que não pode ser obtido; mas também algo importante, como uma perda emocional. Quando isso acontece, é como se o coração do homem caísse num precipício, e os sentimentos que ele experimenta são desânimo, fraqueza de espírito, depressão, angústia”, ressaltou.
Reagir de acordo com a natureza da tristeza
Por fim, o Papa afirmou que “todos nós passamos por provações que nos geram tristeza, pois a vida nos faz conceber sonhos que depois desmoronam”, porém, “certos lutos prolongados, em que uma pessoa continua a ampliar o vazio daqueles que já não estão mais lá, não são próprios da vida no Espírito. Há algo no passado de todos que precisa ser curado”.
“Pare e reflita: essa tristeza é boa? Essa tristeza não é boa? E reaja de acordo com a natureza da tristeza. Não se esqueça de que a tristeza pode ser uma coisa muito ruim que nos leva ao pessimismo, que nos leva a um egoísmo que dificilmente pode ser curado”, concluiu. (EPC)
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