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Críticas ao Papa Francisco na Universidade de Louvain

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O Papa fez uma visita de cortesia pelos 600 anos da universidade, mas uma declaração contrária já havia sido preparada. Francisco respondeu quando retornou à Itália.

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Redação (30/09/2024 15:09, Gaudium Press) Após a visita de Francisco à Universidade de Louvain, na Bélgica, neste último sábado, 28 de setembro, muitas pessoas se perguntam se a Universidade de Louvain ainda merece o título de católica. A presença do Papa foi um gesto de cortesia para com uma instituição outrora influente nos círculos católicos e que completa 600 anos de fundação em 2024.

Em seu discurso, Francisco destacou o caráter materno e até feminino da Igreja: “não é o consenso nem as ideologias que sancionam o que é característico da mulher, o que é feminino. A dignidade é assegurada por uma lei original, escrita não no papel, mas na carne. A dignidade é um bem inestimável, uma qualidade intrínseca, que nenhuma lei humana pode conceder ou retirar. A partir dessa dignidade, comum e compartilhada, a cultura cristã elabora continuamente, em diferentes contextos, a vocação e a missão do homem e da mulher e o seu mútuo ser um para o outro, em comunhão. Não um contra o outro, com reivindicações opostas, mas um para o outro. Não se esqueçam disso: a Igreja é mulher!”

“A Igreja é o povo de Deus, não uma empresa multinacional. A mulher, no Povo de Deus, é filha, irmã, mãe. Tal como eu sou filho, irmão, pai. São as relações que exprimem o nosso ser à imagem de Deus, homem e mulher, juntos, não em separado! Com efeito, as mulheres e os homens são pessoas, não indivíduos; são chamados desde o “princípio” para amar e serem amados. Uma vocação que é missão. Daqui deriva o seu papel na sociedade e na Igreja”, disse Francisco, recordando os princípios expressos por João Paulo II na Carta Apostólica Mulieris Dignitatem.

Ele também enfatizou aquelas características particularmente femininas de “acolhimento fecundo, cuidado, dedicação vital. Por isso, a mulher é mais importante que o homem, mas é ruim quando a mulher quer agir como o homem. Não, ela é mulher. E isso é importante”, mencionando que no centro do acontecimento salvífico do homem está o “sim” de uma mulher, Maria.

Deploram as posições conservadoras do Papa Francisco

No entanto, todos esses pareceres foram considerados conservadores ao extremo por estudantes e professores. No dia anterior, Luc Sels, o reitor dessa universidade, indagara ao Papa se “a Igreja não seria mais acolhedora se concedesse às mulheres um lugar mais importante, inclusive no sacerdócio”.

Contudo, imediatamente após o discurso do papa, a Universidade UC Louvain emitiu um comunicado expressando “sua incompreensão e desaprovação pela posição expressa pelo Papa Francisco sobre o papel da mulher na Igreja e na sociedade”, deplorando suas “posições conservadoras” e convidando a Igreja Católica a “seguir o caminho” da inclusão.

Assinalaram ainda que “o chamado ao desenvolvimento integral parece incompatível com as posições sobre homossexualidade e o papel da mulher na Igreja Católica”.

Aparentemente, o feminismo radical tomou conta de amplos setores dessa Universidade. Uma estudante, Valentina Hendrix, de 22 anos, declarou-se extremamente decepcionada e chocada, pois Francisco “nos reduz ao papel de ter filhos, ser mães, esposas, exatamente disso que queremos nos emancipar.”

A resposta de Francisco aos ataques na Universidade de Louvaina

Em seu retorno da Bélgica, ao ser questionado pelos jornalistas, o Papa mencionou o episódio envolvendo a Universidade, criticando-a por ter preparado uma resposta ao seu discurso antes mesmo deste ser proferido.

“Em primeiro lugar, este comunicado foi feito no momento em que eu falava. Foi pré-redigido e isso não é moral. Sobre a mulher, eu falo sempre da dignidade da mulher e disse uma coisa que não posso dizer dos homens: a Igreja é mulher, é a esposa de Jesus. Masculinizar a Igreja, masculinizar as mulheres não é humano, não é cristão. O feminino tem a própria força. Ou melhor, a mulher – eu sempre digo – é mais importante dos que os homens, porque a Igreja é mulher, a Igreja é esposa de Jesus. Se isso soa conservador para aquelas mulheres, eu sou Carlos Gardel (famoso cantor de tango argentino, ndr.). Não se compreende… Eu vejo que há uma mente obtusa que não quer ouvir falar disto. A mulher é igual ao homem, ou melhor, na vida da Igreja a mulher é superior, porque a Igreja é mulher. Sobre o ministério, é maior o misticismo da mulher do que o ministério. Há um grande teólogo que estudou isso: quem é o maior, o ministério petrino ou o ministério mariano? É maior o ministério mariano, porque é um ministério de unidade que envolve, o outro é um ministério de condução. A maternalidade da Igreja é uma maternalidade de mulher. O ministério é um ministério muito menor, entregue para acompanhar os fiéis, sempre dentro da maternalidade. Vários teólogos estudaram isso e dizer isso é algo real, não digo moderno, mas real. Não é antiquado. Um feminismo exagerado, que quer dizer que a mulher seja masculinizada, não funciona. Uma coisa é o machismo que não funciona, uma coisa é o feminismo que não funciona. O que funciona é a Igreja mulher, que é maior do que o ministério sacerdotal. E às vezes não se pensa nisso”.

Com informações Vatican news e La Croix

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