A Conferência Haitiana de Religiosos (CDH) expressou seu pesar pela morte de pelo menos 70 pessoas na localidade de Pont Sondé, no centro do país.
Redação (08/10/2024 11:02, Gaudium Press) O Haiti está atualmente nas mãos de gangues armadas que controlam grande parte da capital Porto Príncipe e as principais estradas, onde os assassinatos são comuns. Além disso, a maioria das pessoas ou crianças massacradas teria sido baleada na cabeça.
Na quinta-feira, 3 de outubro de 2024, um novo massacre ocorreu no Haiti, perpetrado por grupo criminoso conhecido como “Gran grif”, que tem ampliado seus ataques. De acordo com dados não oficiais, 70 pessoas perderam a vida e dezenas ficaram feridas. Vários veículos e casas foram incendiados, forçando cerca de 6.000 moradores a fugir. Esta brutal violência gerou revolta entre os haitianos.
A Conferência Haitiana de Religiosos (CDH) expressou seu pesar em um comunicado, no dia 5 de outubro.
“Nenhum abuso contra os inocentes e pessoas pacíficas ficará impune. A justiça de Deus tarda, mas não falha.
“Um novo ato de barbárie acaba de ser perpetrado em Pont Sondé, causando a morte de muitas filhas e filhos de Deus. O dilúvio de gangues armadas e seus cúmplices continua a devastar todo o país.
“Talvez até mais do que em ocasiões anteriores, quando vítimas inocentes foram perseguidas e assassinadas, além da surpresa e da repulsa, muitos sentimentos de raiva e a busca por justiça afloram em nosso coração. Como cristãos, não podemos nos esquecer de que a cruz do Senhor Jesus Cristo é o limite imposto por Deus às forças da morte.
“A memória daqueles que perderam suas vidas, sua saúde ou seus bens durante os ataques de homens sem fé ou lei continua a nos desafiar e a nos indignar. Soluções imediatas devem ser encontradas de maneira racional. As guerras criam situações de injustiça e pisoteiam a dignidade e os direitos das pessoas.
“A esse respeito, não podemos esquecer que muitos homens e mulheres em nosso país vivem em condições precárias diariamente, às vezes com consequências desastrosas. Quem virá em socorro das escolas que não conseguem abrir suas portas e das famílias em desespero? Estas últimas não sabem a quem recorrer para se alimentar e enviar seus filhos para a escola.
“Nós nos perguntamos: somos um povo condenado a viver na sujeira e a nos tornarmos errantes? Apelamos para a consciência tanto daqueles que nos governam quanto daqueles que semeiam o terror”.
O documento encerra com o pedido a “Nossa Senhora do Rosário que não cesse de nos acompanhar em nossa luta pela justiça e pelo bem-estar do povo de Deus!”
Poucos dias depois da tragédia, o Cardeal Max Leroy Mésidor, arcebispo de Porto Príncipe, disse que “as pessoas estão exaustas” e que seu único recurso era “a ajuda do Estado”, segundo a Agência Fides. “O país está completamente doente. Mas a situação no oeste e no Artibonite, os dois maiores departamentos, é pior”, frisou.
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