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Polônia: sacerdotes católicos vítimas de agressões

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Um relatório do Instituto de Estatística da Igreja Católica traz uma revelação surpreendente: um em cada dois sacerdotes diocesanos na Polônia foi vítima de algum tipo de agressão nos últimos doze meses.

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Redação (08/04/2025 17:14, Gaudium Press) Metade dos sacerdotes entrevistados na Polônia afirma ter sofrido algum tipo de agressão no último ano. Isso é evidenciado no relatório intitulado Missão Perigosa? Agressões contra pessoas consagradas, locais e objetos de culto na Polônia, elaborado pelo Instituto de Estatísticas da Igreja Católica (ISKK) e apresentado na sede da Conferência Episcopal Polonesa em Varsóvia. O estudo aponta como as suas principais causas a deterioração da imagem do clero na mídia e o clima social e político cada vez mais tenso.

A situação não se reflete na mídia

O diretor do ISKK, Dr. Marcin Jewdokimow, explicou que o estudo foi realizado devido à “desproporção entre as experiências diárias do clero e sua escassa presença na mídia”. Ele disse que “os relatos da mídia são apenas a ponta do iceberg de um problema social crescente, que afeta tanto as pessoas consagradas quanto os espaços e objetos religiosos”.

Jewdokimow informou que o estudo abordou quatro aspectos: a experiência da violência em diversas formas; as reações do clero a essas situações; o sentimento de segurança ligado à sua missão pastoral; e as causas e a evolução da agressão contra os sacerdotes. Ele também esclareceu que a pesquisa focou os sacerdotes diocesanos e que ela continuará em fases futuras, com o objetivo de estabelecer um acompanhamento permanente do fenômeno.

Zombaria, ameaças, insultos são as formas mais comuns de agressão

O estudo, de natureza exploratória, foi realizado por meio de uma pesquisa digital entre outubro e novembro de 2024. Um total de 966 sacerdotes responderam, dos quais 614 preencheram o questionário. De acordo com o Dr. Karol Leszczyński, idealizador da pesquisa, 49,7% dos entrevistados reconheceram ter sido vítimas de agressão no último ano. As formas mais comuns foram provocações, ameaças e insultos (41,6%), seguidos por ataques na Internet (33,6%).

Além disso, ataques a igrejas, vandalismo, profanação de túmulos e interrupção de celebrações religiosas também foram registrados nos últimos doze meses, embora a forma mais comum de violência ainda seja a verbal.

Dificilmente denunciados

Leszczyński destacou a baixa propensão do clero em relatar tais incidentes: 80,8% dos padres não notificaram nenhuma autoridade. Os principais motivos apontados foram: o de considerarem os fatos não muito graves (46,2%), a rejeição de procedimentos burocráticos (22,6%) e a falta de confiança nas instituições (14,6%).

Mais da metade dos entrevistados reconheceu ter tomado medidas para evitar situações de conflito, como deixar de usar batina ou colarinho clerical ou renunciar a determinadas funções. Fora do ambiente paroquial, 57,2% se sentem seguros usando roupas clericais, porcentagem que sobe para 89,7% se não as usarem.

De acordo com os dados coletados, 96,4% dos participantes consideram que o principal desencadeador da agressão é a imagem negativa do clero na mídia, seguida pelas tensões sociais e políticas (91,1%). Além disso, 85,9% acreditam que a violência contra sacerdotes aumentou na última década.

Guerra entre o cristianismo e o liberalismo

O professor Krzysztof Koseła, presidente do Conselho Científico da ISKK, destacou que, desde 2020, os sacerdotes passaram a fazer parte do mesmo grupo de risco que os jornalistas, sofrendo ataques físicos e até homicídios. Em sua opinião, os principais fatores por trás desse fenômeno são a má imagem do clero, o conflito entre o cristianismo e o liberalismo – que ele descreveu como uma “guerra cultural” – e os erros cometidos pelos próprios sacerdotes.

Por sua vez, o porta-voz da Conferência Episcopal Polonesa, Pe. Leszek Gęsiak SJ, descreveu os resultados como preocupantes e apelou para a solidariedade dos fiéis com seus sacerdotes. “É importante que os sacerdotes saibam que não estão sozinhos, que há pessoas que se alegram com eles nos bons momentos e os apoiam nos maus momentos, especialmente quando enfrentam situações tão hostis como as refletidas neste relatório”, concluiu.

Com informações ISKK

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