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China passa da política do filho único para US$ 500 por filho

A China também sofre com o inverno demográfico, por culpa própria. Agora quer reverter essa situação. Difícil.

Foto: Unplash / Kazuend

Foto: Unplash / Kazuend

Redação (01/08/2025 09:42, Gaudium Press) Há dez anos, a China abandonou a política do filho único após trinta e cinco anos, passando a permitir que as famílias tivessem dois filhos. Mas brincar com essas coisas traz consequências.

O governo comunista anunciou um novo programa de subsídios nacionais à natalidade com o objetivo de frear o colapso demográfico que ameaça o futuro do país. De acordo com informações divulgadas pela mídia estatal em julho deste ano, o governo concederá US$ 500 por ano para cada filho menor de três anos. A medida terá caráter retroativo a partir de 1º de janeiro.

A rede estatal CCTV classificou a iniciativa como “uma importante política nacional destinada a melhorar o bem-estar público”, aludindo que os pagamentos em dinheiro “ajudam a reduzir o custo de criar filhos”. No entanto, o contexto não deixa dúvidas: a China enfrenta uma crise demográfica sem precedentes e busca desesperadamente fórmulas para frear o declínio.

O país asiático registrou apenas 9,54 milhões de nascimentos em 2023, um número que representa metade dos nascimentos registrados em 2016, ano em que foi abandonada a histórica — e amplamente criticada — política do filho único. Apesar da mudança legislativa, a natalidade não se recuperou. Em 2021, passou-se para a política do terceiro filho, mas o mal já estava feito: a população total caiu 1,39 milhão em 2023, o terceiro ano consecutivo de declínio.

Embora vários economistas tenham avaliado positivamente a medida, eles alertam que, como já acontece em outros lugares, os subsídios por si só não serão suficientes. Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management, observou que “é encorajador que o governo finalmente tenha decidido usar subsídios fiscais para impulsionar a fertilidade”, mas ressalta que os desafios estruturais são profundos.

A política demográfica de Pequim, baseada durante décadas no controle rígido dos nascimentos, resultou em um inverno demográfico que afeta diretamente a economia, o sistema de aposentadorias e a competitividade global. Agora, o regime chinês busca reverter os danos com incentivos econômicos diretos. Não será tarde demais?

Com informações Agencias/ InfoCatólica

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