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Não sabeis o dia nem a hora

Ao longo da História, Deus fez promessas ao seu povo e exigiu dele uma fé inabalável, cercada por toda espécie de aparências contrárias, para a purificação dos bons e para torná-los merecedores do prêmio.

Sermao

Redação (09/08/2025 11:35, Gaudium Press) A liturgia deste 19º Domingo do Tempo Comum nos permite analisar diversas situações em que Deus faz um juramento aos seus eleitos, por meio de um varão predestinado e, em seguida, os põe à prova em relação ao cumprimento da mesma promessa e à confiança no homem eleito.

A fé que move montanhas

“Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier!” (Lc 12,37).

Assim, o patriarca Abraão não duvidou da promessa de uma grande descendência e, por causa dessa fé, no momento de imolar o único filho, “de um só homem quase morto nasceu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu” (Hb 11,12).

Da mesma forma, por meio de Moisés, o povo eleito tinha recebido o penhor de habitar “uma terra que mana leite e mel” (Ex 3,8). Porém, antes de chegar na terra prometida, tiveram de suportar o peso “faraônico” dos grilhões egípcios, até que, numa noite, sobreveio sobre seus inimigos o terrível castigo da matança dos primogênitos, o qual marcou o fim dos tempos em que a iniquidade do faraó esmagava os hebreus e o antegozo daquela região cuja promessa já reluzia no horizonte. Entretanto, eles não recearam tamanha calamidade, pois “essa mesma noite tinha sido conhecida de antemão por nossos pais”, para que “ficassem cheios de coragem” (Sb 18,6).

Todavia, Deus pediria ainda outras provas de confiança durante os quarenta anos de aridez no deserto, no qual teriam perecido por sua dureza de coração, não fosse a fé de Moisés – que Deus tinha elegido profeta para o seu povo, como um pastor para o rebanho – porque sobre ele pairavam os desígnios divinos.

Com efeito, Deus revela a certos homens um futuro tão maravilhoso que a realização de tais promessas parece impossível, como no caso dos hebreus no Egito, oprimido pelas potências dos ídolos pagãos. Contudo, isso acontece para purificar os corações dos justos, a fim de que eles possam merecer a recompensa que Deus lhes quer dar, como menciona São Paulo, “Ele lhes preparou uma cidade” e, mesmo podendo escolher esta pátria terrestre, cheia de pecado e corrupção, preferiram “uma pátria melhor, isto é, a celestial” (Hb 11,16), porque souberam acreditar nas promessas divinas e mantiveram uma fé perseverante.

Esses fatos, no Antigo Testamento, foram apenas uma preparação para a Encarnação do Verbo, que encerrou o antigo tempo da escravidão do pecado e abriu as portas para a nova era da graça. No entanto, será que há uma promessa divina para os nossos tempos?

A fé que move o coração de Deus

O Evangelho deste domingo marca sobretudo a nota da vigilância, de como serão felizes os servos que o Senhor encontrar despertos quando voltar.

Em Fátima, há mais de cem anos, Nossa Senhora profetizou os castigos que viriam sobre a terra, se os homens não abandonassem as vias do pecado. Depois, concluiu com uma nova promessa: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. Em tal frase, realiza-se o que São Luís Maria Grignion de Montfort descreve em seu livro “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”: no Reino de Maria, Nossa Senhora será a rainha dos corações.

De fato, esse reino foi conhecido pelos que nos precederam na fé, “porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino” (Lc 12,32), de maneira que devemos também estar cheios de coragem e de certeza que essa promessa se cumprirá, e não trocar a pátria celeste eterna pela terrestre corruptível. E o melhor modo de esperar despertos a chegada desse reino é desejá-lo sempre mais: “Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração” (Lc 12,34).

Nunca foi exigida tanta fé do pequeno rebanho de Deus quanto nos dias em que vivemos e, por isso, o prêmio que está reservado aos que forem fiéis também será incomparavelmente superior a tudo quanto veio anteriormente. Afinal, o próprio Senhor “há de cingir-se, dar-lhes à mesa e os servirá” (Lc 12,37), pois Deus ama os corações ardentes de desejo e de confiança, e Ele há de saciá-los quando “vier na segunda ou terceira vigília e os achar vigilantes” (Lc 12,38).

Por Vinícius Mendes

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