Um fato que marcou a História do mundo foi a Descoberta da América por Cristóvão Colombo, nascido na cidade de Gênova – Itália – em 1451.
Redação (14/05/2025 20:21, Gaudium Press) Cristóvão Colombo nasceu na cidade de Gênova, Itália, em 1451. Vários autores afirmam ser ele de origem israelita. Segundo Salvador de Madariaga (1886-1978), escritor espanhol que combateu ideologicamente o comunismo e o regime instaurado por Franco, Colombo era descendente de judeus catalães que fugiram para a Itália.
Desde a adolescência, velejou pelo mar. Percorreu o Mediterrâneo de ponta a ponta e lutou contra frotas muçulmanas.
Após um combate naval, em 1476, sofreu terrível naufrágio e foi lançado numa praia deserta de Portugal. Caminhou até Lisboa, onde passou a residir e se casou com uma moça de pequena nobreza.
Sempre voltado a assuntos marítimos, sonhava em conquistar novas terras, estudava, elaborava mapas, procurava pessoas que o pudessem ajudar na realização de seus planos. Nada conseguindo em Portugal, viajou para a Espanha.

Mosteiro de La Rábida, Palos de la Frontera, Huelva
Mosteiro Santa Maria de la Rábida
Em 1485, dirigiu-se ao mosteiro franciscano Santa Maria de la Rábida, próximo ao porto Palos de la Frontera, Sul da Espanha. O superior o acolheu e entregou-lhe uma carta de recomendação à Rainha Isabel, a Católica.
Viajou para Córdoba, onde Fernando de Aragão e Isabel de Castela o receberam. Homens sábios examinaram o plano de Colombo e não o aprovaram; alguns diziam que ele era alucinado…
O monge franciscano de Santa Maria escreveu novamente sobre Colombo à rainha a qual aprovou seu empreendimento.
Colombo navegou para Palos de la Frontera, onde conseguiu três naus e 90 homens do mar. No dia da partida, 3 de agosto de 1492, todos se confessaram e comungaram. Chegaram à atual República Dominicana, em 12 de outubro, onde ergueram uma cruz.
Regressou para a Espanha e, em abril de 1493, foi recebido pelos Reis Católicos num mosteiro perto de Barcelona.
Realizou mais três viagens à América e faleceu, em 20 de maio de 1506, na cidade de Valladolid – Noroeste de Espanha.[1]
Ação notavelmente grande
A respeito da ação de Colombo, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira teceu comentários que a seguir sintetizamos.
Trata-se de uma ação notavelmente grande porque o foi em seus efeitos, dando a conhecer um mundo novo. Grande pelo esforço nela empregado e pelos riscos a que expunha os navegantes, pois exigiu deles que, pela primeira vez, avançassem em direção ao desconhecido.
Ademais, naquele tempo tinha-se mais ou menos a ideia de que o mundo fosse circular, mas à maneira de uma bandeja. Então, o grande problema era chegar até o confim do mar, onde eles supunham que este se ligasse com o céu.
O que aconteceria ali? Alguns imaginavam que as águas do mar caíam num abismo sem fundo, e quando chegassem imprudentemente nesse lugar, a nau afundaria. Era, pois, uma ação muito arriscada. Tudo isso dava-lhes um verdadeiro pavor.
Por fim, a ação era grande devido à travessia enorme a ser feita.
Mais ainda, nota-se a grandeza da ação pela dama ilustre que a encomendou: Isabel, a Católica, que ao conquistar Granada, juntamente com seu esposo, o Rei Fernando II, pôs termo à longa reconquista empreendida por Espanha e Portugal que lutaram valentemente durante séculos para libertar a Península Ibérica do poderio maometano.
Isabel, a Católica, penhorou as joias da Coroa
A navegação rumava para um destino tão incerto a ponto de, em determinada altura, os marinheiros de Colombo estarem meio indignados contra ele querendo voltar para a Espanha, pois julgavam aquele empreendimento uma loucura.
Cristóvão Colombo estava no momento de ter que enfrentar uma revolta de seus marujos, quando começaram a aparecer galhos verdes de árvores flutuando no mar, o que era sinal evidente de haver terra próxima. Então, foram avançando até chegarem à Ilha de São Domingos e começar a conquista da América.
Há um pormenor que torna esse empreendimento ainda mais digno de nota: a Rainha Isabel, a Católica, não tinha dinheiro para pagar a expedição. Entretanto, ela não hesitou em dar o lance. Mandou pegar as joias da Coroa, penhorou-as e levantou o dinheiro.
Portanto, se Colombo tivesse naufragado a Rainha perdia esse tesouro. Mas ela teve coragem em todos os sentidos da palavra.
Arriscaram a vida por um elevado objetivo
Ademais, houve uma grande prova para Colombo. Ele tinha estudado, fizera cálculos, estava certo de que aquelas terras deveriam existir, e enfrentou a revolta dos marinheiros, que poderiam matá-lo.
Sem dúvida, é belo quando se alcança uma vitória esperada; mas
quando chega a vitória inesperada, esta é ainda mais bonita.
A meu ver, de todos os aspectos pelos quais essa navegação desperta o entusiasmo é o risco. Se não tivesse havido o risco da vida, tudo isso seria muito menos grandioso. Embora não se tratem de proezas militares, os riscos dessa viagem despertam um entusiasmo parecido com o militar, precisamente porque aqueles homens arriscaram a vida por um elevado objetivo.
Carlos Magno, o Imperador missionário
Pobre Cristóvão Colombo, se o compararmos com Carlos Magno, guerreiro magnífico que conteve os bárbaros na Alemanha e lhes quebrou a sanha, impediu os mouros de passarem pelos Pirineus e concorreu para começar a reação contra os pagãos normandos que entravam pelos rios da França, lançando desse modo os fundamentos da Europa atual.
Durante séculos e séculos, a Europa católica, senhora do mundo, era filha do presente dado a Deus por Carlos Magno.
É uma beleza dar uma nação a Deus. Carlos Magno deu um continente, a mais gloriosa e ilustre família de nações que houve na História: a Europa. Deu mais, a América é filha da Europa de ponta a ponta. Ela é também um fruto do fruto de Carlos Magno, o Imperador missionário.
Carlos Magno foi um homem providencial. Suas ações tinham sempre um aspecto sobrenatural, compreendendo o valor da graça divina na luta contra o demônio e pela conversão e santificação das almas.
Possuía noção clara da importância de sua missão, dos objetivos que era preciso alcançar, dos meios para coligar as pessoas a fim de os realizarem. Conhecia as táticas, os golpes, os jeitos para conseguir seus fins.
Na vida de Carlos Magno, por exemplo, vemos isso de um modo esplêndido. Ele era o imperador possante, o patriarca magnífico, que entusiasmava, o guerreiro que metia medo em todos os adversários da Igreja.[2]
Por Paulo Francisco Martos
Noções de História da Igreja
[1] Cf. DARRAS, Joseph Epiphane. Histoire Génerale de l’Église. Paris: Louis Vivès. 1884, v. 32, p. 157-170.
[2] Cf. CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. A História considerada em função da glória.
In Dr. Plinio. São Paulo. Ano 24, n. 274 (janeiro 2021), p. 14-18. Os homens providenciais. Ano 15, n. 172 (julho 2012), p. 7.
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