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Mildred Martinez: a mãe do Papa Leão XIV

Antes de ser Leão XIV, Robert Francis Prevost é filho de Mildred, mulher de uma fé profunda que, entre livros e panelas, plantou em sua casa a semente de uma vocação que hoje guia a Igreja.

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Redação (13/05/2025 08:41, Gaudium Press) Por trás do novo Papa Leão XIV – antes conhecido como o agostiniano Robert Francis Prevost – está a presença discreta de uma mulher cuja vida foi um verdadeiro altar doméstico: Mildred Martinez Prevost, sua mãe. Neta de espanhóis, católica fervorosa, com um profundo desejo de aprender, e cozinheira, sua história é um testemunho de como uma vocação pode se desenvolver, sem imposições, em meio aos aromas da cozinha, às canções do coro paroquial e ao amor pelos livros.

Um dom de hospitalidade

Nascida em 1911, Mildred cresceu em Dolton, um subúrbio de Illinois próximo a Chicago, onde criou sua família em um ambiente profundamente católico. Embora sua ascendência fosse hispânica, ela também estava ligada às raízes culturais da Louisiana, um estado que influenciou seus dotes culinários. Sua culinária ficou famosa, “um fluxo constante de sacerdotes passava pela casa de sua família. Eles eram atraídos pelos pratos irresistíveis preparados por sua mãe, Mildred Martinez”, relata o The Pillar.

Mas além da cozinha, Mildred brilhava por seu compromisso intelectual. Aos 34 anos – uma idade incomum para as mulheres que buscavam educação superior na época – ela se formou em biblioteconomia pela Universidade DePaul, em Chicago, que era administrada pelos Padres Paulinos – uma sociedade de vida apostólica fundada por São Vicente de Paulo para a evangelização dos pobres e a formação do clero – e, dois anos mais tarde, concluiu o mestrado em educação. Essa decisão revelou sua busca por conhecimento e também sua convicção de que a fé deveria andar de mãos dadas com a cultura.

A serviço do altar

Toda a sua vida foi tecida com os fios do serviço eclesiástico. “Ele ia à missa todos os dias, limpava os altares, a igreja, a sacristia”. Ela participava de tudo, inclusive das atividades de arrecadação de fundos”, contou Marianne Angarola, colega de estudos do futuro papa, ao Chicago Suntimes.

A Paróquia de Santa Maria da Assunção, em Dolton, era sua segunda casa. Lá, ela participava do coral, liderava iniciativas comunitárias, organizava a biblioteca paroquial e se voluntariava incansavelmente. Não era raro vê-la cantando, limpando, aconselhando ou ajudando a organizar eventos comunitários. Sua vida foi um reflexo do que seu filho assumiria mais tarde como Pontífice, uma Igreja próxima, serviçal e em saída.

Uma vocação cultivada no aconchego do lar

A família Prevost respirava espiritualidade. Duas das irmãs de Mildred eram religiosas, e seu marido, Louis Prevost, era catequista e diretor de escola. A religião não era um rito dominical, mas uma prática diária. Foi nesse ambiente que a vocação sacerdotal de seu filho Robert foi forjada e, desde criança, ele era considerado por seus colegas como alguém “escolhido para ser sacerdote”.

Aos 14 anos de idade, sem hesitação ou dúvidas, ele escolheu o seminário menor em vez do Instituto Mendel, onde seus irmãos estudavam e onde sua mãe trabalhava. Sua escolha pela vida religiosa foi firme, uma consequência natural do ambiente em que foi criado.

Inspirado pelo exemplo de sua mãe, Mildred, ele cultivou a dimensão intelectual, formando-se em matemática, e sendo professor de matemática e física antes de ser ordenado sacerdote. Seu encontro com São João Paulo II, em uma viagem a Roma logo após sua ordenação, aprofundou seu caminho para o serviço missionário. Em 1985, ele partiu para o Peru, onde consolidou sua experiência pastoral.

A presença de uma mãe santa

Mildred faleceu em 1990, sem jamais imaginar que seu filho viria a ocupar o trono de Pedro. Mas sua memória ainda permanece no coração daqueles que conhecem sua história. Sua vida simples, entrelaçada entre fé e entrega, permanece na memória de Leão XIV. Na paróquia de Santa Maria da Assunção, entre as fotos de honra, ainda se conserva a imagem do jovem coroinha que um dia conheceu um Papa e que hoje ocupa seu lugar como Bispo de Roma.

Como diria qualquer bom escritor de biografias, Deus não erra nos instrumentos que escolhe para fazer germinar uma vocação. No caso do novo Papa, esse instrumento foi uma mãe corajosa, crente, culta e prestativa, Mildred Martínez Prevost, cozinheira de padres que, sem saber, criou aquele que hoje alimenta com sua palavra toda a Igreja.

Com informações elPeriódico.com e Religión en Libertad

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