A grande estátua que os seus concidadãos de Arona, no Lago Maior, erigiram-lhe exprime muito bem a grande estatura humana e espiritual deste santo, ativo, benéfico, empenhado em todos os campos do apostolado cristão. Nasceu em Arona em 1538. Sobrinho do papa Pio IV, foi feito cardeal-diácono com o título de santo Praxedes, com apenas 21 anos de idade, e escolhido pelo próprio papa como secretário de Estado. Também estando em Roma dirigindo os negócios inerentes à sua função (foi o primeiro secretário de Estado no sentido moderno), teve o privilégio de administrar, ainda que de longe, a arquidiocese de Milão.
Quando morreu o seu irmão mais velho, renunciou definitivamente ao título de conde e à sucessão e preferiu ser ordenado, aos vinte e quatro anos, sacerdote e bispo. Dois anos depois, morto o papa Pio IV, Carlos Borromeu deixou definitivamente Roma e foi acolhido triunfalmente na sua sede episcopal milanesa, onde ficou até à morte que o levou com apenas 46 anos de idade, em 1584. Em uma diocese cujos limites continham populações lombardas, venezianas, suíças, piemontesas e lígures, são Carlos estava presente em toda parte. Sua divisa trazia como lema uma única palavra: Humildade. Não era simples curiosidade heráldica, era escolha consciente: ele, nobre e riquíssimo, privava-se de tudo e vivia em contato com o povo para escutar-lhe as necessidades e as confidências. Definiram-no o pai dos pobres: ele o foi no sentido pleno da palavra.
Prodigalizou seus bens na construção de hospitais, albergues, casas de formação para o clero, empenhando-se em levar à frente as reformas sugeridas pelo concílio de Trento, do qual foi um dos principais atores. Movido por sincero espírito de reforma trouxe rígida disciplina para o clero e religiosos, nunca se preocupando com as hostilidades que criava com os que não estavam dispostos a renunciar à certos privilégios que a tonsura garantia. Foi alvo de covarde atentado, enquanto rezava na sua capela, mas saiu ileso, perdoando generosamente o autor do atentado.
Levou à frente as reformas do concílio de Trento, indispondo-se com o governador espanhol. Durante a terrível epidemia de peste que explodiu em 1576 e se prolongou por muito tempo, aninhando-se em muitos cantos da sua diocese, são Carlos gastou todas as suas energias, e sua caridade não conheceu limites e precauções. Depois também sua robusta fibra teve de ceder ao peso de tamanha fadiga. Morreu a 3 de novembro de 1584. Foi canonizado em 1º de novembro de 1610 por Paulo V.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS