Conviver com os que são bons e mansos não é difícil, mas viver em harmonia com pessoas ríspidas é grande graça.
Redação (01/12/2023 10:20, Gaudium Press) Começa por te conservares em paz; depois poderás pacificar os outros. Mais vale o homem pacífico que o sábio. O homem violento converte até mesmo o bem em mal e facilmente acredita no mal. O homem bom e pacífico converte tudo em bem.
Quem está em paz não suspeita de ninguém; mas quem anda descontente e inquieto, vive atacado por suspeitas diversas; não sossega nem deixa os outros sossegarem.
Diz, muitas vezes, o que não deveria dizer e deixa de fazer o que mais lhe conviria. Preocupa-se com os deveres alheios e descuida os próprios.
Sê, pois, antes de tudo zeloso contigo mesmo e depois poderás, com justiça, zelar pelo teu próximo.
Bem sabes disfarçar e desculpar as tuas faltas, mas não queres ouvir as desculpas alheias; mais justo seria que te acusasses a ti e desculpasses ao teu irmão.
Se queres que te suportem, suporta os outros. Vê quão longe estás ainda da verdadeira caridade e humildade, que não sabe indignar-se e irritar-se senão contra si.
Conviver com os que são bons e mansos não é difícil, porque isto é naturalmente agradável; cada qual ama a paz e gosta mais dos que com ele concordam. Mas poder viver em harmonia com pessoas ríspidas e perversas que não têm educação ou nos contrariam, é grande graça, ação varonil e digna de muito louvor.
Extraído de: TOMÁS DE KEMPIS. A Imitação de Cristo. São Paulo: Cultor de livros, 2019, p.103.
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