Poucos sabem em Paris que a praça Maubert traz o nome do grande santo dominicano, festejado hoje. Maubert deriva de Magnus Albert. Alberto, o Grande, o douto mestre de teologia, de filosofia e de ciências naturais, que pela grande afluência de estudantes às suas lições na universidade de Paris, foi obrigado a ensinar em praça pública. Essa praça tem ainda o seu nome. Alberto nasceu em Lauingen (Baviera) em 1206. Aos 16 anos um tio o trouxe a Pádua para que completasse seus estudos universitários. Aqui encontrou o superior geral dos dominicanos, o bem-aventurado: Jordão de Saxônia, que o encaminhou à vida religiosa.
Em 1229 Alberto vestiu o hábito dos frades pregadores e foi mandado para Colônia, onde havia a escola mais importante da Ordem. Verdadeiro gênio enciclopédico, foi capaz de navegar com extraordinária penetração nos diferentes campos do saber humano desde as ciências naturais até as especulativas. O interesse universal pela cultura, segundo o espírito da época, na qual a filosofia escolástica atingiu o máximo desenvolvimento, conviveu em perfeita harmonia com o empenho ascético de perfeição interior: “Senhor Jesus — rezava —, imploramos a tua ajuda para não nos deixar seduzir pelas vós palavras tentadoras sobre a nobreza da família, sobre o prestígio da Ordem, sobre a que a ciência tem de atrativo”.
Ensinou em Hildesheim, em Friburgo, em Ratisbona, em Estras-burgo, Colônia e Paris. Teve entre seus alunos santo Tomás de Aquino, de quem previu os grandes dotes de pensador. Eleito superior provincial da Alemanha, abandonou a cátedra de Paris e quis estar constantemente presente à comunidade confiada aos seus cuidados. Percorreu a pé as regiões germânicas, pedindo esmola durante a viagem para comer e para dormir. Convocado por Roma teve de aceitar a nomeação para bispo de Ratisbona. Tornou-se proverbial o seu total desapego às comodidades que seu alto cargo lhe podia dar: “No seu cofre não tinha um centavo, nenhuma gota de vinho na sua cantina”.
Regeu a diocese somente por dois anos. Depois pediu e obteve a exoneração do cargo, voltando a viver a vida comum no seu convento de Wurzburg e a ensinar em Colônia. Já velho e cansado, para se preparar para bem morrer, fez erigir a sua própria sepultura, junto à qual ia todos os dias recitar o Ofício dos mortos. Morreu em Colônia a 15 de novembro de 1280. Canonizado em 1931, Pio XII o proclamou patrono dos cultores das ciências naturais. Mereceu o apelido de Grande e de doutor universal.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS