“Não se trata tanto de olhar para trás, mas sim de olhar para a frente, para a meta do nosso caminho, para o porto seguro que Deus nos prometeu, para a festa sem fim que nos espera”.
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Fotos: Vatican News/ Vatican Media
Redação (02/11/2025 15:53, Gaudium Press) O Papa Leão XIV celebrou a missa em memória dos falecidos em um dos maiores cemitérios da capital italiana.
Trata-se de uma tradição relativamente recente que Leão XIV perpetua ao dirigir-se ao Cemitério Monumental Verano, em Roma, para celebrar a Santa Missa em memória dos falecidos. João Paulo II foi o primeiro a realizar tal celebração naquele local, em 1993. Contudo, foi Francisco, duas décadas mais tarde, quem retomou a prática e a institucionalizou, determinando que a missa seja celebrada anualmente no dia 2 de novembro, em um cemitério de Roma ou na periferia.
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Leão XIV chegou no Cemitério do Verano pontualmente às 15h45, sendo acolhido por aplausos contidos — em respeito ao ambiente e à solenidade da ocasião. Acompanhado pelo cardeal vigário Baldo Reina, o Papa saudou Silvia Scozzese, vice-prefeita de Roma, bem como outras autoridades, no exterior do cemitério. Seu primeiro gesto foi deter-se diante de um túmulo situado logo à entrada, no qual, desbotada pelo tempo, ainda se podia ler a inscrição “Antonia Coccia Nicolini e família”. Sobre o mármore, Leão depositou um buquê de rosas brancas, permaneceu alguns instantes em oração e deu sua bênção, como homenagem simbólica a todos os falecidos sepultados no Cemitério Verano.
Em seguida, Leão XIV presidiu a Eucaristia nesse amplo cemitério, onde expressou o desejo de rezar por seus entes queridos e pelos mortos de quem ninguém se lembra. Não obstante, não olvidamos aqueles que partiram. Não apenas “os trazemos em nossos corações”, mas “frequentemente encontramos algo que nos faz lembrar deles”. Podem ser imagens, lugares ou perfumes que “nos falam daqueles que amamos e que nos deixaram, mantendo viva a sua memória em nós”.
Reunir-se em um cemitério em torno de sua memória não constitui, porém, o único propósito da comemoração dos fiéis defuntos. O Papa recorda que “a fé cristã, fundada na Páscoa de Cristo, ajuda-nos, de fato, a viver a memória não só como uma lembrança do passado, mas sobretudo como uma esperança futura”; essa esperança que orienta nosso olhar “para a frente, para a meta do nosso caminho, para o porto seguro que Deus nos prometeu, para a festa sem fim que nos espera. Lá, em torno do Senhor Ressuscitado e dos nossos, saborearemos a alegria do banquete eterno”.
Esta “esperança futura” não é uma ilusão “que serve para aplacar a dor da separação das pessoas amadas, nem de um simples otimismo humano. É a esperança fundada na ressurreição de Jesus, que venceu a morte e abriu, também a nós, a passagem para a plenitude da vida”. É para esse destino, para Deus, que a vida conduz os fiéis que sabem que são amados pelo Altíssimo e cuja vida, sem o amor do Ressuscitado, “tornar-se-ia um perambular sem meta, um erro trágico com um destino fracassado”. O destino que aguarda o cristão é “o banquete em torno do qual o Senhor nos reunirá”, e será “um encontro de amor”. “Por amor, Deus nos criou; no amor do seu Filho, Ele nos salva da morte; na alegria do amor com Ele e com os nossos, Ele deseja que vivamos para sempre”.
A vida terrena é uma jornada em direção àqueles que nos precederam. O amor que Deus tem pelos homens é também o amor que cada um deve praticar para com o seu próximo. “A caridade vence a morte. Na caridade, Deus reunir-nos-á com os nossos entes queridos. Se caminhamos na caridade, a nossa vida torna-se uma oração que se eleva ao Céu e nos une aos defuntos, aproxima-nos deles, esperando reencontrá-los na alegria da eternidade”.
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Ao retornar ao Vaticano, o Papa Leão XIII dirigiu-se à cripta da Basílica de São Pedro para um momento de oração particular pelos Papas falecidos.
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