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A grave responsabilidade dos filhos de Deus

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Deus nos trata como uma vinha escolhida para mais facilmente alcançarmos a bem-aventurança eterna. Que frutos daremos ao seu Dono?

Redação (04/10/2020 11:11, Gaudium Press) Quando temos um ente querido sobre o qual deitamos rios de benevolência, embora o façamos com desinteresse, sem visar a reciprocidade, o instinto de sociabilidade pede de algum modo uma devolução. E, em consequência, nada há de mais duro que sermos retribuídos com o mal. É uma das provas mais terríveis e dolorosas que existem!

Deus, em sua infinita bondade, criou os homens para um dia participarem de sua glória no Céu. Dentre vários povos, Deus amou seus eleitos de uma maneira extraordinária e queria ver florescer a santidade entre eles para que se salvassem e fizessem bem aos outros, incentivando-os à conversão. Porém, sendo cada vez mais infiéis e rejeitando as graças, deram-Lhe somente os amargos frutos do pecado. E assim como os grãos de sal se dissolvem à medida que são acrescentados a um recipiente com água, até um ponto exato de saturação em que se cristaliza no fundo, ou como um pai tem paciência com o filho desviado até que este ultrapasse os limites e provoque a sua cólera, também Deus decidiu, em certo momento, castigar o povo rebelde.

A essa punição alude o Salmo: “Por que razão vós destruístes sua cerca, para que todos os passantes a vindimem, o javali da mata virgem a devaste, e os animais do descampado nela pastem?” (Sl 79, 13-14). Foi o que aconteceu aos hebreus ao longo dos séculos: quando a ingratidão atingia um auge, Deus deixava cair a cerca e os animais invadiam e arrasavam a vinha, ou seja, Israel era dominado pelos pagãos que o rodeavam, e desgraças sem conta lhe eram infligidas para que sentisse que com suas próprias forças não era nada, e só se desenvolvia graças a um dom divino.

Deus castiga os indivíduos e os povos

Com efeito, o Senhor não só castiga em plano individual aqueles que, dando-Lhe as costas, abraçam as vias da perdição, mas chamará a juízo também as nações.

Infelizmente, hoje comprovamos que o relativismo, o materialismo, o egoísmo, a falta de virtude e de amor a Deus tomaram conta do mundo, o qual está pervadido por um espírito oposto ao d’Ele. Falta-lhe a pureza de alma, por onde se cometem pecados horríveis contra a castidade, são adotadas modas cada vez mais impudicas, presencia-se a dissolução familiar e o desaparecimento da virgindade.

Tudo isso vai atraindo a indignação de Deus e, se não houver um surto de conversão que sustente o braço da cólera divina, ignoramos o que sobrevirá sobre nossa geração. Uma vez que Ele não tolera o pecado, quando intervirá? Não sabemos, mas devemos nos compenetrar pessoalmente da importância de praticar a virtude, seja em família ou na vida consagrada, com espírito de oração, fé e piedade, pedindo que o Senhor Se compadeça de nós e conceda graças especialíssimas para haver uma mudança no rumo dos acontecimentos. Só assim “a paz de Deus” (Fl 4, 7) estará conosco, e não a sua ira.

Deus nos ama com predileção

Os dotes que recebemos, desde o ser, a inteligência, a vontade, a sensibilidade, a vocação específica, tudo nos é entregue por Deus. Dentre estes favores, nenhum é digno de maior apreço que a vida divina ao ser-nos administrado o Sacramento do Batismo. Assim, tornarmo-nos filhos de Deus!

Deus vela sempre por nós e, ao longo dos anos, nos trata com muito carinho, vigilância e amor. Ele vai preparando as circunstâncias, atendendo, colocando anteparos para que os obstáculos não nos façam cair.

Em troca, o que espera de nós? Que sejamos filhos que deem o fruto excelente das obras de perfeição, do qual saia depois o bom vinho da santidade. Por isso, virá cobrar os frutos. Cabe-nos trabalhar para produzi-los, conscientes de que tudo quanto possuímos tem sua origem n’Ele. Até mesmo a força para praticar a virtude nos é incutida por Deus, como um dom que nos permite adquirir méritos com vistas à nossa eterna salvação.

Um oportuno exame de consciência

Estou constantemente com a atenção posta nas realidades sobrenaturais, com desejo de beneficiar o próximo, compenetrado de que fui chamado a dar glória a Deus e reparar o Sapiencial e Imaculado Coração de Maria dos inúmeros pecados que hoje se cometem?

Estou atento a uma palavra dita do púlpito, um conselho de alguém que busca a minha santificação, uma admoestação da consciência… Mais ainda, os rogos de Nossa Senhora e o amparo do meu Anjo da Guarda. O que eu faço? Sufoco sua voz? Pois se não quero de modo algum entregar a Deus o que é d’Ele e uso de seus dons para o meu gozo pessoal ou, pior, para ofendê-Lo, estou, no fundo, batendo, apedrejando, matando os que querem me ajudar.

É indispensável precaver-me, porque o Reino dos Céus que recebi no dia de meu Batismo poderá ser-me retirado e dado a outros. Como me encontro agora? Diante destas palavras, qual é a minha reação? Estou me esquivando, desvio a atenção ou coloco-me diante da obrigação de prestar contas pelos meus atos?

Se a consciência me acusar, devo apresentar as minhas necessidades a Deus, em orações e súplicas. Graças à maternal intercessão de Maria Santíssima tudo tem solução, desde que eu reconheça que procedi mal e preciso mudar de vida. Deus é nosso Pai e está constantemente de braços abertos para nos perdoar e abraçar-nos.

Peçamos a Nossa Senhora forças para nos emendarmos e aderirmos com entusiasmo à vontade de Deus e, assim, atrair sua infinita misericórdia.

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

 

Texto extraído, com adaptações, do livro O inédito sobre os Evangelhos vol II p. 369-383.

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