InícioNotícias da IgrejaAdmiração, antídoto contra a mediocridade e o egoísmo

Admiração, antídoto contra a mediocridade e o egoísmo

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A admiração por algo mais elevado me aproxima do Céu; e a admiração a mim mesmo, me aproxima do inferno.

Redação (02/07/2021 11:09, Gaudium Press) Quando Nosso Senhor Jesus Cristo foi anunciar a salvação aos parentes e aos conhecidos, estes não creram. Vemos nisto quanto é terrível a tendência da natureza humana de julgar as coisas pela aparência, e não aceitar o que é superior.

Essa cegueira espiritual é fruto da mediocridade. O medíocre nunca reconhece os valores que não lhe dizem respeito; ele é arquiegoísta. E todo egoísta é medíocre, porque são defeitos recíprocos e inseparáveis. A mediocridade leva a pessoa a não querer prestar atenção em nada mais elevado. E a logo procurar denegrir.

Por isso, com intuito de humilhá-Lo, os nazarenos chamam Jesus de “o carpinteiro”. Não há referência a São José, pois este, segundo alguns comentaristas, já deveria ter falecido.

A admiração justifica

Muito diversa teria sido a história do início da Igreja se os nazarenos tivessem admirado e seguido Nosso Senhor. O papel da admiração e do amor é ressaltado por São Tomás ao afirmar que quem, mesmo não batizado, orienta a sua vida segundo o seu verdadeiro fim, amando um bem honesto mais do que a si mesmo, obtém pela graça a remissão do pecado original.

Poderíamos então inverter a afirmação do Doutor Angélico e dizer que quando uma pessoa ama a si mesma mais do que a um bem, torna-se medíocre e egoísta, e, portanto, abre-se a toda forma de mal, passando a ser cega de Deus.

Assim como se une a Deus aquele que ama um bem superior mais do que a si mesmo, quem se ama a si mesmo acima de todas as coisas e mais do que a Deus, liga-se ao demônio.

Portanto, neste sentido, o limite que separa o Céu do inferno é traçado por uma palavra: admiração. A admiração por algo mais elevado me aproxima do Céu; e a admiração a mim mesmo, me aproxima do inferno.

Remédio contra a mediocridade

Se não formos cuidadosos em combater a tendência ao egoísmo e à mediocridade, teremos dificuldade em admitir e admirar os valores alheios. Por isso, devemos nos exercitar na virtude do desprendimento de nós mesmos.

E o melhor meio para tal consiste em sempre reconhecer os pontos pelos quais o próximo é superior a nós, desejando admirá-lo e estimulá-lo.

A admiração deve ser para nós um hábito permanente. E, se notarmos em nós alguma superioridade real, devemos, sem jamais nos vangloriar, utilizá-la para ajudar os demais. É o convite sempre atual à virtude da humildade.

Bem a propósito, diz a Igreja: “Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho, reerguestes o mundo decaído…”. Assim como Deus agiu em relação ao mundo, devemos nós proceder em relação a todos quantos nos são inferiores a algum título. Cristo tomou-Se de compaixão pela humanidade e, tendo sempre a alma na Visão Beatífica, assumiu uma carne padecente por amor aos homens.

O plano de Deus com o instinto de sociabilidade

Este é o grande plano de Deus para a sociedade humana: ao criar os homens com o instinto de sociabilidade tão arraigado, teve em vista proporcionar-lhes a possibilidade de uns ajudarem os outros, na admiração recíproca dos dons recebidos, de maneira que, sobrepujando comparações e invejas, cada qual culmine no desejo de servir e louvar aquilo que lhe é superior.

Dessas verdades deflui uma importante consequência: o perdão, fruto da caridade. Caso alguém nos faça ofensa, deve logo brotar do fundo de nosso coração um perdão multiplicado pelo perdão.

Assim agindo, daremos nossa contribuição para termos uma sociedade na qual todos se perdoam mutuamente, pois sem cessar uns querem elevar os outros.

Este é um dos modos mais sapienciais de praticarmos o amor a Deus em relação ao nosso próximo: querendo que este se eleve sempre mais na virtude e rendendo nossa admiração e louvor às suas qualidades.

Uma sociedade constituída com base neste princípio eliminaria tantos horrores que grassam hoje, e tornar-se-ia a mais feliz que possa existir neste vale de lágrimas ao fazer com que todos se unam em função do amor a Deus.

Quando essa sociedade se tornar realidade, bem poderá ser denominada Reino de Maria, pois estará pervadida pela bondade do Sapiencial e Imaculado Coração da Mãe de Deus.

Reino no qual a Santíssima Virgem comunicará a todos uma participação no supremo instinto materno que Ela tem por cada um de nós. E aí compreenderemos inteiramente o que Ela mesma disse em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”.

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP.

Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.127, julho 2012.

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