A organização pontifícia de ajuda humanitária Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) relata o aumento dos ataques islâmicos diários contra a população cristã em Burkina Faso, África.
Redação (29/08/2023 16:57, Gaudium Press) Em uma entrevista à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, o Pe. Pierre Rouamba, prior-geral dos Irmãos Missionários do Campo, destacou que os cristãos agora são afetados diariamente por ações terroristas. Grandes áreas do país são minadas e controladas por jihadistas. As visitas às aldeias cristãs agora só são possíveis de helicóptero.
O religioso acrescentou: “Os terroristas também se apossaram do gado e estão fazendo tudo o que podem para que as pessoas se convertam ao Islã. E se as pessoas se recusam a se converter, são forçadas a sair e, como as estradas estão bloqueadas, elas devem vagar indefinidamente pela floresta onde muitos morrem devido à falta de comida e cuidados”.
Segundo Pe. Rouamba, em uma de suas paróquias, “mulheres tentaram romper o bloqueio, pensando que os terroristas não as atacariam. Mas muitas delas foram sequestradas e estupradas, e voltaram grávidas depois de várias semanas. São tragédias reais que a mídia não está noticiando”.
Sua congregação religiosa cuida também de pessoas traumatizadas pelo terrorismo, para isso, vai ser construído um centro de formação para catequistas e ajudantes: “queremos formar leigos, para que possamos enviá-los em missões para lugares difíceis, e eles possam levar o Evangelho às populações rurais. Queremos também atender as vítimas de violência”, explicou Pe. Rouamba.
O sangue dos mártires é a semente de cristão (Tertuliano, Apologético, 50,13).
Porém, estes cristãos que são diretamente perseguidos aprofundam o seu vínculo com Cristo.
“É realmente impressionante notar que os cristãos que tinham, em alguma medida, abandonado a prática religiosa estão retornando à fé, embora os terroristas estejam fazendo tudo o que podem para extinguir o cristianismo. Os terroristas impedem os cristãos de se reunirem nas igrejas, mas as famílias se reúnem em suas casas para reacender sua fé por meio de aulas de catecismo e celebrações conjuntas”.
Os cristãos representam cerca de um quarto da população de Burkina Faso. Desde 2015, o país se tornou uma das principais áreas de atuação do jihadismo militante na África.
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