Todo o mundo sente que uma crise imensa ameaça a sociedade de uma ruína inevitável.
Redação (29/01/2024 11:24, Gaudium Press) Em geral, a criança imagina que o mundo se resume à sua cidade; compreende depois ser ele um tanto mais vasto, ao adquirir as noções de país, de continente e de globo terrestre. Mais tarde, terá ideia das galáxias e do universo sideral. A cada estágio de maior conhecimento, se conscientizará de que há mais campo a ser explorado, até um limite ignoto para ela.
Esse fenômeno observado na natureza material é mero reflexo de algo muito mais amplo existente nos âmbitos intelectual e espiritual. Um autêntico filósofo jamais julgará saber tudo. A cada questão resolvida, verá surgirem dezenas de outras, numa sucessão ilimitada.
E o que dizer, então, dos teólogos? Se os cientistas estão conscientes de não conhecer senão uma mínima parte do universo material, o que pode pretender o homem a respeito do conhecimento de Deus, Ser eterno, infinito, onipresente, onipotente? Aí, sim, constata ele que quanto mais descobre, mais há por descobrir. Os panoramas espirituais se tornam cada vez mais vastos, profundos, misteriosos. Compreende sua contingência e a impossibilidade de conhecer a Deus totalmente.
Pode-se dizer o mesmo inclusive de Nossa Senhora, Mãe de Deus, mas criatura humana. Portanto, limitada. Seus conhecimentos sobre a Santíssima Trindade são incomparavelmente superiores aos de todos os Anjos e homens somados. Tem a noção de haver universos divinos inexplorados, dos quais sequer temos ideia.
De um lado, portanto, é Ela quem mais conhece a Deus; e, de outro, quem mais tem consciência de ser Ele inabarcável.
Essas verdades não contêm uma lição para a humanidade atual? Depositou o homem moderno todas as suas esperanças na ciência. E esta fez progressos espantosos, entretanto, sem solucionar os problemas de fundo da humanidade. Compreende-se isso, pois ao mundo científico compete apenas explicar os fenômenos físicos e psicológicos, não indicar o sentido profundo de nossa existência. As causas finais extrapolam o seu âmbito, devem ser procuradas na Religião.
E tempo houve em que, no seu conjunto, os homens buscavam a Deus, resultando daí a Civilização Cristã medieval que até hoje nos causa admiração. Nessa época, a filosofia do Evangelho governava os povos; na vida enfocada na glorificação do Criador, tudo tomava sentido: surgiram as catedrais góticas, nasceram as universidades, prosperaram as corporações de ofício e até a ciência.
Após a Renascença, voltou-se o homem cada vez mais para si, primeiro olvidando e depois rejeitando a Deus. Como resultado, temos a situação espiritual crítica de hoje. Nunca foram tão colossais os progressos técnicos, e nunca tão profundos os problemas de alma.
Costuma-se na passagem de ano augurar “feliz Ano Novo” aos entes queridos. Um desejo que, na maioria dos casos, se restringe à prosperidade material e à paz entre os homens. Só… E a paz com Deus? Quem sabe se não seria melhor almejar a todos uma renovada busca de Deus em sua vida? Não seria isso desejar-lhes a verdadeira felicidade?
Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho n. 145, janeiro 2014. Editorial.
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