O bispo de Jinotega e presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, Dom Carlos Herrera, foi expulso para a Guatemala após se queixar do barulho excessivo de um evento na prefeitura durante a celebração da Missa.
Redação (16/11/2024 14:46, Gaudium Press) A ditadura de Ortega expulsou da Nicarágua Dom Carlos Herrera, bispo de Jinotega e presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua. O motivo? O prelado reclamou publicamente que a prefeitura de sua cidade estava obstruindo as celebrações eucarísticas. “Peçamos perdão ao Senhor pelas nossas faltas e também por aqueles que não respeitam a missa. Pedimos a Ele, porque isso é um sacrilégio que o prefeito e todas as autoridades municipais estão cometendo, porque eles sabem o horário da missa”.
Dessa forma, Ortega está tornando a Nicarágua o país onde a Igreja é mais perseguida no mundo. Um bispo não pode mais abrir a boca, porque o “crime” pelo qual o bispo Herrera foi expulso foi reclamar do barulho dos eventos organizados pela prefeitura de Jinoteca, que interferem na celebração da missa.
Herrera é o quarto bispo a deixar a Nicarágua, vítima do regime criminoso que tiraniza a nação centro-americana. Anteriormente, já o havia sido o bispo auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez, o bispo de Siuna, Dom Isidoro Mora, e o bispo de Matagalpa, Dom Rolando José Álvarez que esteve preso por vários meses antes de ser expulso do país.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU apresentará seu relatório sobre a Nicarágua em Genebra, documentando os crimes contra a humanidade cometidos pelo governo. Desde fevereiro de 2023, cerca de 450 pessoas foram expulsas e destituídas de sua nacionalidade sob a acusação de “traição”, incluindo líderes religiosos, jornalistas e ativistas.
Episcopado mexicano preocupado com expulsão
Em uma carta dirigida ao Cardeal Leopoldo Brenes, Arcebispo de Manágua, a nova presidência do episcopado mexicano afirma que acompanha “com profunda preocupação e dor os acontecimentos que afligem a Igreja peregrina na Nicarágua”.
O comunicado, assinado pelo bispo Ramón Castro, de Cuernavaca, e pelo bispo auxiliar Héctor Pérez, do México, afirma que “estamos profundamente comovidos com a notícia do exílio do bispo Carlos Enrique Herrera Gutiérrez, bispo de Jineta e presidente da Conferência Episcopal” do país centro-americano.
Os prelados mexicanos expressam sua solidariedade com o bispo expulso de seu país, e elevam “orações para que essa difícil situação encontre uma solução rápida e que ele possa retornar à sua terra natal”.
Os bispos ressaltam que estão acompanhando de perto o que ocorre na Nicarágua “neste momento de provação” e expressam sua “proximidade espiritual e total disponibilidade a todos os bispos” e ao povo nicaraguense, encomendando tudo à Virgem de Guadalupe.
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