Fiéis da arquidiocese de Ernakulam-Angamaly, na Índia, protestaram contra Monsenhor Andrews Thazhath, administrador apostólico da diocese, queimando sua circular sobre a mudança litúrgica
Redação (27/06/2023 13:30, Gaudium Press) Fiéis da arquidiocese de Ernakulam-Angamaly protestaram contra Monsenhor Andrews Thazhath, administrador apostólico da diocese, queimando sua circular sobre a mudança litúrgica.
Fiéis queimaram a circular emitida por Dom Andrews Thazhath, administrador apostólico da Arquidiocese de Ernakulam-Angamaly, no dia 25 de junho, em frente à catedral Santa Maria, na cidade de Kochi, na Índia.
A decisão do sínodo e a desaprovação de sacerdotes e fiéis
O protesto contra o administrador apostólico acontece por causa de uma polêmica antiga de 50 anos sobre a liturgia da Missa. Inclusive, desde dezembro de 2022, a sede do Arcebispado-Mor da Igreja Siro-Malabar está fechada por causa de atos de violência cometidos devido à controvérsia litúrgica.
O sínodo da igreja siro-malabar (do rito oriental) aprovou uma mudança litúrgica que a maioria dos clérigos e leigos desaprova. Segundo o sínodo, o sacerdote deve voltar-se para o altar durante a oração eucarística e não para o público. Com a disputa, o sínodo se reuniu novamente e, sem chegar a um consenso, decidiu pedir a Roma um delegado para julgar a situação.
A circular exigiu a implantação das novas medidas
Enquanto aguardavam uma decisão da Santa Sé, o administrador apostólico da Arquidiocese publicou uma circular insistindo na implementação da mudança na liturgia, no dia 22 de junho.
Em seu documento, Dom Thazhath ordenou que um sacerdote da diocese celebrasse a Missa de acordo com as novas regras, até o dia 2 de julho, sob pena de transferência caso ele se recusasse. Além disso, a circular ameaçava com sanções o conselho paroquial que se opõe à mudança. Segundo a circular, essas medidas foram acordadas durante o sínodo que ocorreu entre os dias 12 e 16 de junho.
Manifestações contra a circular
Um dos manifestantes, Riju Kanjookaran, porta-voz do Movimento Arquidiocesano pela Transparência, questionou a necessidade da circular uma vez que o sínodo solicitou ajuda do Vaticano para resolver a contenda e agora aguarda uma ação da Santa Sé.
Kanjookaran reclamou do administrador e afirmou que o Vaticano será informado sobre “as ações coercitivas” e os “atos de terror” de Dom Thazhath contra os católicos do rito siro-malabar.
A controvérsia litúrgica acontece desde 1970, um grupo de fiéis quer manter a liturgia conforme sua tradição e outro grupo prefere uma liturgia mais atual. Ainda não há notícias sobre o delegado que será enviado pelo Vaticano para resolver a contenda. (FM)
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