Na última sexta-feira, 15 de novembro de 2024, a imagem de Nossa Senhora, conhecida como a “Virgem do Pilar” ou a “Virgem Milagrosa”, foi levada à Catedral de Notre-Dame de Paris, cuja reabertura está programada para o dia 8 de dezembro de 2024.
Redação (17/11/2024 10:21, Gaudium Press) Cinco anos depois de escapar milagrosamente do incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris, a famosa imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus retornou à sua catedral, na noite desta última sexta-feira. Uma procissão de velas com a presença de centenas de fiéis precedeu o retorno, três semanas antes da reabertura do monumento.
“Nossa Senhora está em casa novamente. Ela vai à nossa frente, assim como vai à nossa frente em nossa jornada”, disse o arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, à multidão reunida na praça em frente à igreja de Saint-Germain l’Auxerrois, para onde a imagem havia sido transferida desde o incêndio, em 15 de abril de 2019.
A imagem, cercada por flores brancas, foi carregada por cavaleiros da Ordem do Santo Sepulcro, e membros da Ordem de Malta seguiram logo atrás. Os acólitos da catedral, conhecidos como “os clérigos de Notre-Dame”, foram à frente da procissão.
Cantando a Ave Maria e recitando orações, os fiéis caminharam pelo cais da Ile de la Cité atrás de uma réplica da imagem, até o pátio da catedral de Notre-Dame, onde se encontrava imagem verdadeira. “Não é possível fazer a procissão com essa imagem (a verdadeira), mas testemunharemos sua partida em um caminhão e, em seguida, partiremos em direção ao pátio de Notre-Dame”, explicou Stéphane-Paul Bentz, capelão da catedral.
Em uma atmosfera de alegria e contemplação, os sinos começaram a tocar pela primeira vez em um evento religioso desde o incêndio. Essa procissão marca o “último grande evento” antes da reabertura da catedral em 7 e 8 de dezembro, de acordo com a diocese.
Com seu retorno, a milagrosa imagem, de quase dois metros de altura, voltará ao seu lugar ao lado do pilar em frente ao qual o escritor Paul Claudel se converteu no dia de Natal de 1886. A imagem se encontrava na Notre-Dame desde a sua instalação em 1818 pelo arquiteto Viollet-le-Duc. Muitos fiéis receberam diversas graças aos pés dela.
Numa noite de Natal de 1886, o poeta Paul Claudel assistiu, sem convicção, à missa e às vésperas na Catedral de Notre-Dame de Paris. Sentado em frente à Virgem, recebeu a graça de conversão. “Eu estava no meio da multidão, perto do segundo pilar, à entrada do coro. Foi então que se deu o acontecimento que domina toda a minha vida. Num instante, o meu coração foi tocado e eu acreditei”. (extraído de Ma Conversion, 1913, Paul Claudel).
Uma década mais tarde, Joris-Karl Huysmans descreveu esta imagem em seu livro “La Cathédrale”: “Talvez, ao conseguir imprimir no rosto da imagem de Notre-Dame, ao mesmo tempo, estes dois sentimentos opostos, a serenidade e o temor, o escultor quisesse que ela transmitisse, simultaneamente, a alegria da Natividade e a dor antecipada do Calvário”.
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