A pandemia mostra que o sofrimento e a morte não podem ser confinados, ela nos coloca diante da evidência do dom precioso que é a vida e da fragilidade do ser humano.
Redação (18/11/2020, 12:30, Gaudium Press) A Celebração Eucarística pelas vítimas da pandemia do coronavírus que foi realizada recentemente em Fátima, na Basílica da Santíssima Trindade, contou com a participação de 21 bispos e a presença de autoridades nacionais, entre elas o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o primeiro-ministro, Antônio Costa, além de várias entidades públicas que também se associaram a esta homenagem de oração pelas vítimas, diretas ou indiretas, da pandemia que, como foi lembrado, não são “números de uma estatística”.
A pandemia nos coloca diante da evidência do dom precioso que é a vida e da fragilidade do ser humano
Na ocasião da Celebração, a homilia foi proferida pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e Bispo de Setúbal, Dom José Ornelas que recordou aos presentes:
“A pandemia que está condicionando todo o planeta nos coloca diante da evidência do dom precioso que é a vida humana e de todas as capacidades de que somos capazes para a defender, mas igualmente (nos coloca diante) da fragilidade do nosso ser individual”.
A pandemia mostra que o sofrimento e a morte não podem ser confinados: a dimensão do sofrimento e da morte são universais
Dom Jose Ornelas destacou que “a crise (criada pela pandemia do coronavírus) nos tem mostrado que o sofrimento e a morte não podem ser confinados e que só juntos podemos construir um mundo aceitável para todos, em que nos cuidemos mutuamente. Assim como a dimensão do sofrimento e da morte são universais, assim também deve ser a defesa e o cuidado dela”, disse ainda.
As palavras do Bispo de Setúbal ecoaram como sendo uma alusão indireta ao processo que está em curso e favorece a legalização da eutanásia, pois, com suas palavras, o prelado encorajou os portugueses a levarem mais longe a defesa da vida e elogiou os gestos de “proximidade e misericórdia” que a sociedade tem conseguido realizar neste contexto de pandemia.
A pandemia pode deixar um legado de proximidade e verdadeira misericórdia e é o que se deseja
“Quem dera que sejamos capazes, como país e como humanidade, de manter esta hierarquia de valores, de proximidade e verdadeira misericórdia para com a fragilidade, tantas vezes dramática, da nossa condição humana e do planeta que habitamos. Se aprendermos desta epidemia a cuidar uns dos outros e juntos deste mundo, teremos feito justiça e boa memória dos que partiram e dos esforços de quantos os acompanharam na última etapa da vida nesta terra”, afirmou.
A vida é um dom absoluto e não apenas uma conquista
A homilia do presidente dos Bispos de Portugal ainda destacou a figura bíblica de Job, como exemplo de fé diante do sofrimento, alguém que “percebe que a vida é um dom absoluto e não apenas uma conquista”.
Para o prelado, “Esse é o grito de toda a humanidade, que não se conforma nem resigna, mas que se esforça por cuidar e amparar a vida em todos os seus momentos, e por encontrar sentido na luta por superar todas as crises que vai experimentando” .
Segundo o Bispo, “Esta é a dupla mensagem que Job nos deixa: investigar, procurar, interrogar-se, cuidar; e, ao mesmo tempo, confiar e abrir-se a um mundo onde só pode ser conduzido pela mão poderosa e carinhosa de Deus”. (JSG)
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