A Viagem Apostólica ao Iraque é uma das mais importantes e complexas do Pontificado do Papa Francisco, envolvendo também questões de segurança e com a adoção de todos os cuidados para evitar contágios com a Covid-19.
“Sois todos irmãos”, é o lema desta viagem, que é uma “viagem de fraternidade” aberta a todos, onde Francisco quer mostrar sua proximidade especialmente às comunidades cristãs perseguidas, com as visitas a Mosul, Qaraqosh e Erbil, no Curdistão iraquiano.
Um dos pontos-altos da viagem será a visita a Ur, terra de Abraão, local símbolo para as três religiões monoteístas, onde será realizado o encontro inter-religioso que pretende reunir representantes de todas as religiões presentes no Iraque: cristãos de diversas denominações, muçulmanos xiitas e sunitas, judeus, yazidis, zoroastristas, entre outros.
São João Paulo II havia expresso o desejo de poder visitar Ur no Ano Santo de 2000, intenção esta manifestada na “Carta sobre as peregrinações aos lugares ligados à história da salvação“, de 29 de junho de 1999. A peregrinação acabou não se realizando devido à guerra e às dificuldades nas tratativas com Saddam Hussein. Assim, Francisco realizará este desejo não realizado do Pontífice polonês, passando a ser o primeiro Papa a visitar Ur, e o Iraque.
Em junho de 2019, o Papa Francisco havia anunciado seu desejo de visitar o país em 2020 durante a Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO): “Um pensamento insistente acompanha-me, refletindo sobre o Iraque — onde tenho vontade de ir no próximo ano — para que possa olhar em frente através da participação pacífica e compartilhada na construção do bem comum de todos os componentes da sociedade, até religiosos, e não volte a cair em tensões que derivam dos conflitos nunca resolvidos das potências regionais”. A pandemia de Covid-19, no entanto, forçou uma alteração no plano inicial. Já em dezembro de 2020, Francisco confirmou a viagem que terá início na próxima sexta-feira.
Fonte: Vatican News