O cardeal de 90 anos se declarou inocente.
Redação (27/10/2022 19:36, Gaudium Press) Hoje foi retomado o julgamento do Cardeal Joseph Zen e de outros cinco ativistas pró-democracia em Hong Kong, acusados de não terem solicitado o registro da sociedade local para o Fundo de Ajuda Humanitária 612 entre 2019 e 2021. Este fundo ajudou os ativistas pró-democracia a pagar despesas com processos judiciais pela participação em manifestações desde 2019, as quais exigiam liberdade em sua região.
Outras acusações anunciadas contra o cardeal Zen, relacionadas a sérios danos à segurança nacional, já haviam sido retiradas pela promotoria.
O argumento do procurador, Anthony Chau, para dar continuidade ao atual processo, é que o Fundo 612 era de natureza política e, portanto, não poderia se beneficiar da isenção prevista na Portaria das Sociedades de Hong Kong para organizações criadas “com fins religiosos, fins caritativos, sociais ou recreativos”.
A defesa, que intervirá na próxima segunda-feira, 31 de outubro, dirá que a Portaria das Sociedades era inconstitucional, dando uma definição ambígua de “sociedade” e tinha requisitos que iam além do necessário para proteger a segurança nacional.
Esta Portaria das Sociedades exigia que qualquer clube, empresa, parceria ou associação de pessoas se registrasse com o comissário de polícia ou solicitasse uma isenção no prazo de um mês após sua criação.
O cardeal de 90 anos foi detido em maio por algumas horas. Ele está em liberdade sob fiança e se declarou inocente junto com os outros réus: a advogada Margaret Ng, a cantora e ativista Denise Ho, o acadêmico de estudos culturais Hui Po-keung, o ativista Sze Ching-wee e o ex-deputado Cyd Ho, que já está preso por uma acusação diferente.
Inúmeros analistas veem nesse processo mais uma tentativa de intimidar todos os ativistas de direitos humanos em Hong Kong, região cada vez mais ameaçada em suas liberdades pela draconiana Lei de Segurança Nacional de 2020, aprovada pelo parlamento chinês para a ilha.
Com informações da Infocatolica e CNA.
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