Nosso mundo parece não deixar espaço para a misericórdia e somos chamados a ela deixando-nos tocar pelo poder da misericórdia de Deus.
Cidade do Vaticano (25/09/2020, 09:45, Gaudium Press) Nesta sexta-feira, 25 de setembro, o Papa Francisco recebeu em uma audiência na Sala Clementina, no Vaticano, os sócios do Clube São Pedro, uma associação cujo lema é “Oração, Ação, Sacrifício”, palavras que “representam os três princípios cardeais nos quais se baseia a vida do grupo”.
O Clube São Pedro tem a intenção de ser a expressão concreta da caridade do Papa que cuida dos pobres de Roma. Esta Associação, em todos os anos, coleta nas Igrejas da Cidade Eterna o Óbolo de São Pedro e o oferecem ao Papa para a realização das obras de misericórdia pontifícias.
Do lema “Oração, Ação, Sacrifício”, o Papa já comentou o termo “Oração” e hoje quis comentar palavra “Ação”
Nas palavras que Francisco dirigiu aos representantes do Clube São Pedro ele recordou que no encontro que teve com a mesma associação religiosa no ano passado ele havia feito uma reflexão ratando da primeira das palavras do lema do Clube: Oração.
No encontro de hoje o Pontífice procurou dirigir suas reflexões para outra palavra do lema: “Ação”:
A pandemia, com a exigência de distanciamento interpessoal, pediu-lhes para repensar as modalidades concretas das obras de caridade que vocês realizam em favor dos pobres de Roma.
Juntou-se às necessidades das pessoas que vocês costumam servir a exigência de responder às necessidades urgentes de tantas famílias, que se viram em dificuldades financeiras da noite para o dia.
De acordo com o pensamento de Francisco, esta é “uma situação extraordinária não se pode dar uma resposta usual, mas é necessária uma reação nova e diferente. Para isso, é preciso ter um coração que saiba “ver” as feridas da sociedade e mãos criativas na caridade operosa. Estes dois elementos são importantes para que uma ação caritativa possa ser sempre fecunda”.
É necessário saber ver as feridas humanas com o coração: viver a experiência da Misericórdia, dar o coração aos míseros
“Em primeiro lugar, é urgente identificar novas formas de pobreza na cidade”, disse o Papa. “Vocês bem sabem que existem muitas: pobreza material, pobreza humana e pobreza social. Cabe a nós vê-las com os olhos do coração”. É preciso saber olhar as feridas humanas com o coração para “levar a sério” a vida do outro. Portanto, este não é mais apenas um estranho que precisa de ajuda, mas, acima de tudo, um irmão que implora por amor”. “É a experiência da misericórdia: miseri-cor-dar, é dar o coração aos míseros.”
O lugar privilegiado para se fazer a experiência da Misericórdia é o Sacramento da Reconciliação
Francisco destacou que “O nosso mundo, como observou São João Paulo II há quarenta anos atrás, ‘parece não deixar espaço para a misericórdia’. Cada um de nós é chamado a inverter a rota”.
Segundo o Papa, inverter essa rota “é possível se nos deixarmos tocar em primeira pessoa pelo poder da misericórdia de Deus. O lugar privilegiado para fazer esta experiência é o Sacramento da Reconciliação.
Ao apresentar nossas misérias ao Senhor, somos envolvidos pela misericórdia do Pai. Esta é a misericórdia que somos chamados a viver e a doar”.
Misericórdia: “Não se cansem de pedir essa graça ao Espírito Santo na oração pessoal e comunitária”
Caminhando para o encerramento de suas palavras, Francisco encorajou os membros do Clube São Pedro “a prosseguir com compromisso e alegria em suas obras de caridade, sempre atentos e prontos a responder com ousadia às necessidades dos pobres”.
“Não se cansem de pedir essa graça ao Espírito Santo na oração pessoal e comunitária”, ressaltou Francisco.
Por fim, Francisco confiou a Maria, Salus Populi Romani, e à intercessão dos santos padroeiros de Roma Pedro e Paulo, todos os membros do Clube São Pedro, seus familiares e todas as pessoas a quem eles prestam assistência diariamente. (JSG)
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