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Santo Estevão, patrono da Hungria

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Santo Estevão, Rei da Hungria, passou grande parte de sua vida em guerra contra nações pagãs e súditos revoltosos, que não queriam aceitar a Fé católica. 

Redação (20/07/2022 16:15, Gaudium Press) Nascido provavelmente em 975, Estevão era filho do Duque Geza que, juntamente com 5.000 súditos, foi batizado por Santo Adalberto de Praga.

Aos 22 anos de idade, tendo seu pai falecido, ele se tornou soberano da Hungria. Mandou erigir diversos mosteiros, rogando aos monges que rezassem pelo triunfo da Igreja em toda a nação.

Com o apoio de seu cunhado Imperador Santo Henrique, pediu ao papa que aprovasse sua coroação como rei. Com alegria o pontífice o atendeu e até lhe enviou uma bela coroa de ouro, encimada por uma cruz.

Assim, no Natal do ano 1.000, ele e sua esposa Gisela foram solenemente sagrados e coroados por bispos na Igreja de Esztergom, recebendo o título de Suas Majestades Apostólicas, concedido pelo papa.

Colocou o reino sob o patrocínio de Nossa Senhora e mandou construir, em Alba Real, uma magnífica igreja em honra da Assunção da Santíssima Virgem. As paredes do coro eram ornadas de esculturas, o piso de mármore, várias mesas de altar de ouro puro, enriquecidas de pedrarias, e um tabernáculo maravilhosamente trabalhado.

Em 1002, tendo o seu tio Duque da Transilvânia – região do centro-oeste da atual România – atacado a Hungria por várias vezes, Santo Estêvão marchou contra ele, fê-lo prisioneiro assim como sua família, e juntou seus territórios ao reino húngaro. Logo depois, venceu e matou com sua espada o duque dos búlgaros que, com seus soldados, tentava invadir a Hungria.

Leis baseadas nos Dez Mandamentos

Determinou que só poderia pertencer à nobreza quem fosse católico. Promulgou leis para o governo da nação baseadas nos Dez Mandamentos.

Fundou um mosteiro em Jerusalém. A fama da sua piedade fez com que a maioria dos peregrinos da Itália e da França, que se dirigiam à Cidade Santa, deixassem de seguir a rota ordinária – o mar – e passassem pela Hungria. Santo Estêvão os recebia como se fossem seus irmãos e fazia-lhes generosas dádivas.

A seu filho Emeric, que se tornou Santo, redigiu preceitos profundamente embebidos do espírito da Igreja. Eis um exemplo: “Sê casto para evitares, como aguilhão da morte, todo o mau cheiro da luxúria!”

Santo Emeric, aos sete anos de idade, fizera voto de virgindade. Em 1031, tendo apenas 23 anos, morreu inopinadamente. Ao exalar o último suspiro, exclamou: “Grande Senhora, Rainha do Céu, é a Vós que eu dirijo minha última oração e confio os cuidados de minha alma. Tomai sob vossa proteção maternal a Igreja magiar, meu país e meu querido povo!”

 Em meio a lutas pela expansão da Igreja e derrota dos inimigos desta, certo dia Santo Estevão, percebendo que sua morte se aproximava, olhou para o alto, levantou os braços e exclamou: “Rainha do Céu, Corredentora do mundo, ao vosso patrocínio entrego a Santa Igreja com o clero, o reino com os nobres e o povo. Dizendo-lhes o último adeus entrego minha alma em vossas mãos”.
Ele sempre pedira a Nossa Senhora que morresse no dia da solenidade da Assunção. E em 15 de agosto de 1038, após receber o Sacramento dos enfermos, Santo Estevão expirou. Foi sepultado na belíssima Igreja da Assunção da Santíssima Virgem, em Alba Real, que ele mandara construir. É o padroeiro da Hungria[1].

Estadista de visão larguíssima e de pulso vigoroso

Sintetizamos a seguir alguns comentários feitos por Dr. Plinio Corrêa de Oliveira sobre esse varão de Deus:

Santo Estevão é o grande monarca a cujo Batismo se deveu a conversão da nação húngara, até então pagã. O que Clóvis foi para a França, ele significou para a Hungria, com a imensa diferença de que Clóvis se converteu, mas ficou muito longe de ser um santo. Enquanto, pelo contrário, Estêvão foi um verdadeiro santo. Também os descendentes imediatos de Clóvis não foram santos, mas Santo Estêvão teve um filho canonizado: Santo Emeric, sucessor de seu pai no trono real.

Ele foi “o estadista de visão larguíssima e de pulso vigoroso, que soube iniciar e consolidar a assimilação da civilização europeia pelos magiares ainda bárbaros e pagãos. Para o êxito desta obra, teve ele de vencer oposição de seu povo, famoso pelo seu espírito combativo e voluntarioso que, exacerbado pela barbárie, aceitou com dificuldade a disciplina da civilização”.[2]

Consideremos o aspecto varonil e enérgico de Santo Estêvão. Ele está às voltas com inimigos irredutíveis que o odeiam por não ser pagão, querem depô-lo porque deseja trazer a luz do Evangelho para seu povo, e por isso se revoltam contra ele, dentro do reino, ou marcham de fora para o interior de seus domínios para exterminá-lo e eliminar a porção da nação húngara que já aderiu à verdadeira Fé. Esses invasores e revoltosos são inimigos da salvação eterna do povo húngaro.

A liberdade consiste em obedecer e servir a Deus

Portanto, Santo Estêvão via seu povo atacado nos seus bens espirituais mais altos, porque a Fé é a fonte de todos esses bens, e agredido na sua própria soberania, no que ela tem de mais importante, porque o distintivo da soberania de uma nação é a mesma coisa do que o selo da liberdade de um homem: consiste em, sem embaraços, poder obedecer e servir a Deus. Essa é a própria definição de liberdade.

Negar ao povo húngaro essa liberdade era recusar-lhe a sua soberania no que ela tem de mais essencial. Significava, ademais, comprometer o progresso do povo húngaro, porque a Civilização Católica, correspondendo inteiramente aos princípios da ordem natural e dando ao homem as forças sobrenaturais para obedecer aos princípios dessa ordem, é a fonte de todo bem e de toda grandeza temporal.

De maneira que querer afastar a Fé católica de um país é desejar mantê-lo num paganismo abjeto e impedir seu verdadeiro progresso. Logo, tudo quanto consistia para a Hungria uma razão de ser e de viver estava empenhado nessa luta de Santo Estêvão.

Roguemos a Santo Estevão, cuja memória se celebra em 16 de agosto, que nos obtenha de Nossa Senhora a Fé a combatividade, nas quais ele brilhou de modo insigne.[3]

Por Paulo Francisco Martos


[1] Cf. ROHRBACHER, René-François. Vida dos Santos. São Paulo: Editora das Américas. 1959, v. XV, p. 423-442;

[2] CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Legionário. São Paulo, 21-8-1938.

[3] Cf. Idem. Perfeito guerreiro e devoto de Nossa Senhora. In: Dr. Plinio. São Paulo. Ano XX, n. 233 (agosto 2017), p. 20-23.

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