É preciso lembrar que “não se brinca com Deus”, e que aquele que vive habitualmente em estado de pecado mortal encontra-se no caminho da perdição eterna.
Redação (26/11/2022 11:39, Gaudium Press) Eu te conjuro de joelhos, pelo sangue de Jesus Cristo e pelo coração de Maria, a mudar de vida, colocar-te no caminho do Céu e fazer todo o possível para pertencer ao pequeno número dos eleitos.
Eu me dirijo, pois, a ti que vives no hábito do pecado mortal, no ódio, na lama do vício impuro e que a cada dia te aproximas ainda mais do inferno. Para, retorna no sentido contrário; é Jesus que te chama; Suas feridas, como se fossem tantas vozes eloquentes, gritam:
“Meu filho, se tu te condenares, tu não terás a queixar senão de ti: ‘perditio tua ex te’. Eleva os olhos, e vê quantas graças eu te enriqueci, a fim de assegurar tua salvação eterna. Eu poderia te fazer nascer em uma floresta de bárbaros; eu fiz isso para tantos outros, mas para ti, eu te fiz nascer na fé católica; eu te levei para um tão bom pai, uma mãe excelente, no meio de instruções e de ensinamentos dos mais puros; se, apesar disso, tu te condenas, a quem será atribuída a falta? A ti, meu filho, a ti. Eu tive paciência contigo; eu te escutei durante longos anos, eu te escuto ainda hoje no Sacramento da Penitência. Se, apesar de tudo, te condenas, de quem é a falta? É tua, meu Filho, é tua: perditio tua ex te.
“Tu sabes quantos são mortos em reprovação diante dos teus olhos: esses eram uma advertência para ti. Sabes quantos outros eu recoloquei no bom caminho para te dar o bom exemplo. Tu te lembras do que te disse esse excelente confessor? Fui Eu quem o fiz dizer. Não te exortou ele para que mudes de vida, faças uma boa confissão? Era Eu quem lhe inspirava. Lembra-te daquele sermão que te tocou o coração, fui Eu quem o havia conduzido. E aquilo se passou entre Mim e ti no segredo de teu coração; tu não o poderás esquecer.
“Essas inspirações interiores, esses conhecimentos tão claros, esses remorsos contínuos de tua consciência, tu ousarás negá-los? Tudo isso, eram tantos socorros de Minha graça, porque Eu queria te salvar. Eu os recusei a tantos outros e Eu lhes dei a ti, porque Eu te amei ternamente. Meu filho, meu filho, quantos outros, se Eu lhes falasse também ternamente o que Eu te falo hoje, se recolocariam no bom caminho! E tu, tu Me viras as costas.
Escuta o que vou te dizer, e serão minhas últimas palavras: tu me custaste sangue; se, apesar desse sangue que eu derramei por ti, tu queres te condenar, não te queixes de mim, não acuses outro a não ser a ti. E durante toda a eternidade não esqueças que se tu te condenas, tu te condenas contra minha vontade, tu te condenas porque tu queres te condenar”.
Sobre o número dos eleitos
Que haja muitos ou poucos eleitos, digo que aquele que quer se salvar, se salva, e que ninguém se perde se não o quer. E se é verdade que há poucos que se salvam, é porque há poucos que vivem bem. De resto, compara estas duas opiniões: a primeira, que afirma que a maior parte dos católicos se condena; a segunda, que, ao contrário, pretende que o maior número de católicos se salva.
Imagina que um Anjo, enviado por Deus para confirmar a primeira opinião, venha te dizer que não somente a maior parte dos católicos se condena, mas que de toda esta multidão reunida aqui, apenas um se salvará. Se obedeces aos mandamentos de Deus, se detestas a corrupção deste século, se abraças com espírito de penitência a cruz de Jesus Cristo, serás o único a salvar-se.
Imagina em seguida que este Anjo retorne entre vós, e que, para confirmar a segunda opinião, te diga que não somente a maior parte dos católicos se salvou, mas que de todo este auditório somente uma pessoa se condenará e todos os outros se salvarão. Se depois disto, continuas nas tuas usuras, vinganças, teus atos criminosos, tuas impurezas, serás o único a condenar-se.
De que serve, então, saber se há poucos ou muitos que se salvam? Cuida em fazer uma boa eleição pelas tuas boas obras”, nos diz São Pedro. Se queres salvar-te, salvar-te-ás” disse São Tomás de Aquino a sua irmã, que lhe perguntava o que deveria fazer para ir ao Céu.
Eu te digo a mesma coisa e eis como te provo minha afirmação: ninguém se perde se não peca mortalmente; isto é de fé. Ninguém peca mortalmente se não o quer; é uma proposição teológica incontestável. Portanto, ninguém vai ao inferno se não o quer; a consequência é evidente.
Chora os teus pecados passados, confessa-te bem, não pecas mais doravante e todos vos salvareis. Por que, então, tanto atormentar-te, já que é certo que para ir ao inferno é preciso pecar mortalmente, que para pecar mortalmente é preciso querê-lo, e que, em consequência, não se vai ao inferno a não ser querendo?
Isto não é uma opinião, mas uma verdade incontestável e bem consoladora: que Deus te faça compreendê-la e te abençoe. Amém”.
São Leonardo de Porto Maurício
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