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Um feliz Ano Novo!

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Somos convidados a uma séria preparação para o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo; e qual o melhor meio de fazê-lo, senão pelo exemplo e auxílio da poderosa Mãe de Deus?

 

Redação (28/11/2020 20:25, Gaudium Press) Se em nossos calendários um mês nos separa de 2021, para a Santa Igreja o novo ano litúrgico já se inicia neste I Domingo do Advento.

E como Ela começa o ano? Vestindo-se de branco, estourando garrafas de champagne e fogos de artifício?

Muito pelo contrário.

O renomado historiador Daniel-Rops soube, em poucas palavras, exprimir uma das características mais autênticas da Igreja Católica: “Está no mundo, sem ser do mundo”.

O ano novo da Igreja se inicia sob o signo da penitência, da preparação e da vigilância. A cor verde dos paramentos utilizados durante o Tempo Comum agora cede lugar à roxa. A Liturgia evocará, frequentemente, a penitência em suas leituras e orações.

Preparar-se com Maria

Somos, assim, convidados a uma séria preparação para o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo; e qual o melhor meio de fazê-lo, senão pelo exemplo e auxílio da poderosa Mãe de Deus?

Paulo VI sublinha a conveniência da devoção a Maria neste tempo: “Durante o Advento, a liturgia recorda frequentemente a Santíssima Virgem. Desse modo, os fiéis que vivem, com a liturgia, o espírito do advento, ao considerar o inefável amor com que a Virgem Mãe esperou o Filho (Prefácio do Advento II), sentem-se animados ao tomá-la como modelo e a preparar-se, ‘vigilantes na oração e jubilosos no louvor’ (idem), para sair ao encontro do Salvador que vem.”[1]

“Vigilância” – não é outra a atitude de alma que nos pede o Evangelho:

“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. O que vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13, 33;37)

De fato, a Santíssima Virgem é paradigma de vigilância e preparação, e não recusará seu infalível auxílio àqueles que a Ela recorram.

Nunca se ouviu dizer…

       A Liturgia de hoje não evoca diretamente a augusta figura da Mãe de Deus; entretanto, na primeira leitura (Is 63, 16-17.19; 64, 2-7) encontramos uma oração que muito bem se pode aplicar – mutatis mutandi – Àquela que é Mãe de Misericórdia:

Senhor, tu és nosso Pai, nosso Redentor; eterno é o teu nome. Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam.

       Logo nos vêm à mente a célebre oração composta por São Bernardo: “Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado vossa assistência ou reclamado vosso socorro fosse por vós desamparado…”

A leitura prossegue; é a oração de uma alma que sabe reconhecer suas fraquezas e pecados, e, apesar deles, confiar na misericórdia divina:

Tu te irritaste porque nós pecamos. Todos nós nós nos tornamos imundície e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento. Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos.

E essa mesma alma se compara ao barro que é moldado, cujo oleiro é o próprio Deus.

São Luís Maria Grignon de Montfort, em seu Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, nos transmite um conselho que particularmente se aplica a este trecho do Profeta Isaías:

“Pobres filhos de Maria, a vossa fraqueza é extrema, grande a vossa inconstância e bem corrompida a vossa natureza. Fostes tirados, é certo, do mesmo barro corrompido dos filhos de Adão e Eva; mas não desanimeis por isso. Consolai-vos, alegrai-vos, eis o segredo que vos ensino, segredo desconhecido da maioria dos cristãos, mesmo os mais piedosos.”

Caro leitor, este mesmo segredo te trará, sem dúvida alguma, a felicidade que almejas; não só para o ano que entra, mas para toda a tua vida.

E é com esse valioso conselho de São Luís Maria – um tão fervoroso e exemplar devoto de Maria – que iniciamos o ano litúrgico.

“Não ponhais as águas das vossas graças celestiais nos vasos estragados e infectados pelo pecado como vós sois. Se o pecado já lá não está, ficou pelo menos o seu odor, e a água se contaminará. Colocai, lançai, no Coração de Maria todos os vossos tesouros, todas as vossas graças e virtudes. Ah! Como é feliz aquele que deu tudo a Maria”.[2]

Por Afonso Costa


[1] Cf. PAULO VI. Cf. Marialis Cultus. In: CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO. Manual de Liturgia. São Paulo: Paulus. 2007. v. IV. p. 58.

[2] Cf. SÃO LUÍS MARIA GRIGNON DE MONTFORT. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Lisboa: Solidariedade. 1998. p. 116-118

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