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Uma liturgia sob medida para nosso tempo

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A repreensão dada ao Príncipe dos Apóstolos se aplica muito bem aos homens de hoje. Há dois caminhos a escolher: pensar como o mundo ou como Deus. Escolhamos, pois!

Redação (30/08/2020 09:24, Gaudium Press A Liturgia deste XXII Domingo do Tempo Comum nos alerta sobre um grande perigo.

Em seus Exercícios Espirituais, Santo Inácio de Loyola reafirma um importante ensinamento da Igreja: o homem é criado para honrar, glorificar e servir a Deus e, mediante isto, salvar sua alma.

E, para tanto, deve utilizar-se de todos os meios lícitos de que dispõe, rejeitando tudo quanto o afasta desta realização. Em suma, é preciso renunciar à tríplice concupiscência: demônio, mundo e carne.

Dentre os três itens, destacamos o mundanismo, contra o qual a presente Liturgia nos adverte.

Quanto é duro renunciar ao mundo! Pertencer a uma Religião tão contrária à mentalidade moderna pode transformar-se num contínuo martírio, se de fato levamos a sério essa entrega. Na II Leitura, o Apóstolo sublinha a importância de dita renúncia:

“Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar” (Rm 12, 2)

Com efeito, foi o modo de pensar mundano que valeu a São Pedro a repreensão narrada no Evangelho de hoje:

“Jesus começou a mostrar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito (…), que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo (…). Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para longe, satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!” (Mt 16, 21-23)

“Et renovabis faciem terræ”

Como me transformar? Como renovar meu modo de julgar? O que fazer para pensar nas coisas de Deus?

“Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19, 26).

A Igreja, há vários séculos, reza: “Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da Terra”. Não há outro caminho senão possuir uma fervorosa devoção ao Divino Espírito Santo. Ele, o Santificador, pode e deseja tudo transformar e renovar, a começar pelas almas de seus filhos; e isso por meio de sua Santíssima Esposa, Maria.

Entretanto, para que o Pai nos dê espírito do saber (Aclamação do Evangelho), é preciso que nossa alma se agarre n’Ele e que sua mão nos sustente (Salmo Responsorial). Para isso, uma vida espiritual e sacramental bem levada, e a fuga das ocasiões de pecado são indispensáveis.

Apontar os erros e indicar o caminho: papel dos Pastores

Ademais, importantíssimo é papel dos Pastores nos dias atuais.

Diante de uma atitude má, Nosso Senhor não hesitou em qualificar de satanás e pedra de tropeço àquele a quem instantes antes entregara a primazia da Igreja.

Jesus manifesta seu amor à integridade e à verdade quando duramente repreende São Pedro. E mais: a repreensão é sinal evidente do amor que tem pelo apóstolo, pois Ele “repreende e educa aqueles a quem ama” (Cf. Ap 3, 19).

Portanto, sirva a atitude do Divino Mestre de exemplo para os Pastores de nossos dias; pois, num mundo saturado de relativismo, é mister apontar para o verdadeiro caminho da santidade. É, também, necessário compenetrar os católicos de que há duas vias: Deus ou o mundo – Céu ou inferno, como bem sublinha o Evangelho:

“Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? (…) O Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus Anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com sua conduta” (Mt 16, 27)

Essa atitude positiva tem sido tomada pelos Pastores? Não será que o próprio Deus estaria se encarregando de fazê-lo?

Não será um aviso da Providência?

Há menos de um ano, nem podíamos imaginar o rumo que os acontecimentos tomariam. Vivíamos tranquilamente – uns mais, outros menos – nossas vidas, até que uma preocupação mundial nos obrigou a um forçoso recolhimento.

E agora, quando as coisas pareciam voltar ao normal (e que normal diferente, não é?), nos deparamos com uma série de catástrofes naturais que se sucedem em intensidade pouco comum: furacões em número inusual; terremotos que não cessam; incêndios inconteníveis; chuvas incalculáveis; pragas que se alastram sem controle, etc.

Ora, se Deus existe e nada acontece sem seu consentimento, tais calamidades não poderiam ser um misericordioso aviso de Deus à humanidade?

Tente-se, entretanto, convencer os filhos deste mundo de tais verdades, e vejamos se a resposta será diferente da que recebeu o profeta Jeremias:

“Tornei-me alvo de irrisão o dia inteiro, todos zombam de mim. Todas as vezes que falo, levanto a voz, clamando contra a maldade e invocando calamidades; a palavra do Senhor tornou-se para mim fonte de vergonha e de chacota o dia inteiro” (Jr 20, 8)

Não tem jeito. Desde que foi posta a inimizade entre a raça da Mulher e a raça da serpente, os homens sempre estarão divididos entre filhos da luz e filhos das trevas; filhos de Deus e filhos deste mundo.

Os últimos, desde os tempos de Jeremias, se ufanam de humilhar os filhos de Deus com suas chacotas e zombarias.

Bem, se eles desconhecem a passagem da Escritura que diz: “Aquele que habita no Céu zombará deles” (Sl 2, 4), não deveriam, ao menos, temer serem vítimas do cruel ditado: “Quem ri por último, ri melhor!”?

Por Afonso Costa

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