A decisão anunciada ontem às religiosas justifica o motivo pelo qual a reunião foi convocada em Liubliana, uma vez que foi lá que a constituição da Comunidade Loyola foi formalizada e registrada.
Redação (15/12/2023 15:22, Gaudium Press) Conforme os rumores antecipavam e de acordo com informações do jornal digital 7 Margens, no encontro realizado ontem com as religiosas da Comunidade Loyola, o Arcebispo de Liubliana anunciou que o Dicastério para a Vida Religiosa decidiu iniciar o processo que resultará na dissolução dessa Comunidade.
A medida anunciada ontem às religiosas justifica o motivo pelo qual a reunião foi convocada em Liubliana, uma vez que foi lá que a constituição da Comunidade Loyola foi formalizada e registrada.
A Comunidade Loyola foi criada na década de 1980, na Eslovênia, por mulheres que se cruzaram ainda na Universidade e em ligação próxima com o então jovem jesuíta Marko Rupnik, que tornou-se mentor e diretor espiritual da instituição. Relatos de ex-religiosas publicados pela mídia desde o ano passado revelam que este sacerdote teria abusado de pelo menos 20 dessas religiosas.
Em 1994, Rupnik mudou-se para Roma, provavelmente quando as ações do sacerdote naquela comunidade começaram a ser conhecidas pelas autoridades. Em conjunto com outras quatro religiosas, Rupnik estabeleceu o Centro Aletti em Roma, sede principal de sua atividade artística, e que mais tarde ganhou reconhecimento internacional.
Alguns anos atrás, Dom Daniele Libanori, Bispo Auxiliar de Roma, foi designado como Visitador e posteriormente Comissário para lidar com a situação dessa comunidade afetada desde seu início – também segundo o relatório de Dom Libanori – pelo estilo de liderança adotado pela fundadora Irmã Ivanka Hosta após a partida do Padre Rupnik para Roma. Entre as deficiências desse estilo de gestão estariam a falta de respeito ao foro interno das religiosas e uma imposição de silêncio não correta em relação aos possíveis abusos por parte de Rupnik.
A notícia do fechamento da Comunidade Loyola coloca novamente em destaque a situação de Rupnik, que já não é membro da ordem jesuíta e está agora incardinado na diocese de Koper. Recentemente, o Papa revogou uma prescrição para seja feita uma nova investigação pelo Dicastério para a Doutrina da Fé.
Em setembro passado, enquanto Comissário, Dom Libanori emitiu um decreto que restringia as atividades dirigidas por Ivanka Hosta, proibindo-a de assumir qualquer cargo ou função de governo ou direção espiritual na comunidade, fixando sua residência em Braga e proibindo contato com religiosas ou ex-religiosas por três anos. (SCM)
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