Quem fala em legalização da maconha para uso recreativo não conhece a realidade dos jovens.
Redação (20/08/2021 10:38, Gaudium Press) Parece que o presidente da Argentina quer iniciar o processo para a legalização do consumo da maconha para fins recreativos. Vejamos suas palavras:
“Temos que vencer e debater uma questão que tem a ver com a hipocrisia social em que vivemos. Há pessoas que sustentam uma certa hipocrisia. Que a maconha é tóxica não está em questão. Mas o tabaco também é tóxico e o álcool também é tóxico. E, no entanto, há toda uma indústria montada sobre o tabaco e o álcool onde o aspecto tóxico fica em segundo plano”, declarou o presidente.
Sem fazer uma alusão direta ao presidente, a Comissão Nacional da Pastoral sobre as Drogas e a Toxicodependência da Conferência Episcopal da Argentina expressou sua categórica rejeição a essa possibilidade.
“É inexplicável que hoje se fale de hipocrisia quando se fala da legalização da maconha (e outras drogas) diante da pobreza e da indigência vivida por centenas de milhares de adolescentes e jovens que não podem aspirar a uma educação séria ou trabalho decente, resultado de décadas de procrastinação”, afirmou a Comissão.
“A classe política – ressalta – segue uma agenda que não é desta época nos bairros populares nem nos de classe média já resignados a sua decadência. É por isso que procuram dar aulas de pobreza os mesmos que a originaram ou falam sobre o uso recreativo da maconha como se fôssemos um país nórdico.”
O dano do álcool e da maconha nos jovens é real
“Nós que vivemos e trabalhamos em bairros da classe trabalhadora — e não como turistas — sabemos o mal que o álcool e a maconha fazem com as crianças, adolescentes e jovens abandonados ao seu destino por um Estado liberal. Sem muita ajuda para que possam desenvolver suas vidas como Deus quer, eles acabam seduzidos pelas drogas que irão afetá-los por toda a vida”, escrevem os membros da comissão.
A comissão também levantou questões incisivas, mostrando que o foco do Estado deve estar em melhorar as condições dos jovens e não facilitar seu acesso às drogas:
“A proposta é legalizar a maconha quando ainda não temos locais de recuperação para os milhares de jovens que estão desaparecendo por causa de seu consumo?”
Outra: “a proposta é legalizar a maconha quando a grande maioria dos jovens de nossos bairros mais pobres não termina o ensino médio e não consegue encontrar trabalho?”
“A proposta é legalizar a maconha quando nos bairros mais pobres não há água, esgotos, eletricidade e escola?”
“A proposta é legalizar a maconha enquanto vemos cada vez mais jovens viciados em drogas na prisão do que em centros de reabilitação?”
Com informação aleteia
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