Em 27 de novembro de 1830, a Santíssima Virgem apareceu na Rue du Bac, em Paris, a Santa Catarina Labouré. A fim de mover os corações a um amor sempre mais sincero, esclarecido e ardente para com a melhor de todas as mães, narramos aqui a história da Medalha Milagrosa.
Redação (27/11/2021 11:04, Gaudium Press) A evidência mostra que nenhum mortal é capaz de glorificar Maria à altura. Só Deus, infinitamente superior ao universo criado, abarca a grandeza d’Ela ao cantar seus louvores.
Todavia, reza o Salmo: “Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos” (8, 2-3).
Com o auxílio do Espírito Santo, portanto, também os “pequeninos” podem e devem exaltar Nossa Senhora, a fim de encher de júbilo os inocentes e confundir os orgulhosos.
Para quem procura medir seu próprio nada, sua ausência de méritos e sua necessidade imperiosa de ser socorrido, as portas do Coração Imaculado de Maria abrem-se com arrebatadora benevolência.
As aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré
Nesse sentido, lembramos as aparições a Santa Catarina Labouré em Paris, no ano de 1830.
A jovem religiosa, acompanhada pelo Anjo da Guarda, entra na igreja do convento na noite de 18 para 19 de julho.
Após alguns instantes de espera, é-lhe anunciado:
“Eis a Santíssima Virgem”.
Tendo Nossa Senhora ocupado a cadeira que costumava usar o capelão da comunidade, a vidente se lança aos seus pés e, tomada de encanto e irrestrita confiança, apoia suas mãos sobre os joelhos de Maria.
Nesse ambiente de benquerença e intimidade, a feliz noviça recebe os anúncios dramáticos sobre o futuro da França e da Igreja que lhe trazia a Rainha dos Profetas.
Aparição da Medalha Milagrosa
Em 27 de novembro de 1830, a Virgem Imaculada aparecia na capela da Casa-Mãe das Filhas da Caridade, em Paris.
Eram por volta de cinco horas e meia da tarde. Em profundo silêncio, a Irmã Catarina Labouré fazia sua meditação. De repente, ela ouviu um ruído como o frufru de um vestido de seda, vindo do lado da Epístola.
Levantou os olhos e deparou com a Santíssima Virgem Maria, resplandecente de luz, trajando um vestido branco e um manto branco-aurora. Os pés da Mãe de Deus pousavam sobre a metade de um globo; suas mãos seguravam outro globo, que Ela oferecia a Nosso Senhor com uma inefável expressão de súplica e de amor.
Mas eis que esse quadro vivo se modifica sensivelmente, figurando o que foi depois representado na Medalha Milagrosa. As mãos de Maria, carregadas de graças simbolizadas por anéis radiosos, emitem feixes de raios luminosos sobre a terra, mas com maior abundância num ponto.
A narração da piedosa Vidente
“Enquanto eu a contemplava, a Virgem Santa baixou seus olhos para mim, e uma voz me disse no fundo do coração: ‘Este globo que vês representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada pessoa em particular’.
“Não sei exprimir o que pude perceber da beleza e do brilho dos raios.
“E a Virgem Santa acrescentou: ‘Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que me pedem’, dando-me a entender quanto Ela é generosa para quem a invoca… quantas graças Ela concede às pessoas que Lhe pedem… Nesse momento, eu estava ou não estava… não sei… eu saboreava aqueles momentos!
“Formou-se em torno da Santíssima Virgem um quadro meio ovalado, no qual se liam estas palavras, escritas em letras de ouro: ‘Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorrermos a Vós’.
“Depois se fez ouvir uma voz que me disse: ‘Faze cunhar uma medalha conforme este modelo; as pessoas que a portarem com piedade receberão grandes graças, sobretudo se a levarem no pescoço; as graças serão abundantes para aqueles que tiverem confiança’.”
A Medalha foi cunhada e espalhou-se com maravilhosa rapidez pelo mundo inteiro, e em toda parte foi instrumento de misericórdia, arma terrível contra o demônio, remédio para muitos males, meio simples e prodigioso de conversão e de santificação.
Por Mons João Scognamiglio Clá Dias, EP.
Texto extraído, com adaptações, do livro Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens, vol I; Revista Arautos do Evangelho n,47, novembro 2005.
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