Elon Musk, o homem mais rico do mundo, se diz preocupado com o futuro da humanidade e afirma que “a queda na taxa de natalidade pode ameaçar a civilização humana”.
Redação (17/12/2021 17:37, Gaudium Press) Em declaração recente, num evento promovido pelo Wall Street Journal, o bilionário Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, considerado o homem mais rico do mundo, se diz preocupado com o futuro da humanidade e afirma que “a queda na taxa de natalidade pode ameaçar a civilização humana”.
Pai de seis filhos, Musk menciona o fato de muitas pessoas pensarem, erroneamente, que há gente demais no mundo e que a população está crescendo fora de controle. “É completamente o oposto. Por favor, olhem para os números! Se as pessoas não tiverem mais filhos, a civilização vai desmoronar, gravem minhas palavras!”
Musk, o poderoso homem que pretende iniciar a implantação de chips cerebrais em 2022, sabe o que está falando. De acordo com o Banco Mundial, a taxa de natalidade global tem diminuído desde 1960.
Neste ano, a China, que tem uma rigorosíssima política de controle populacional, e que até há pouco tempo aplicava multas e sanções para os casais que não obedeciam ao número máximo de filhos, sancionou uma nova lei de planejamento familiar que autoriza até três filhos por família. E iniciou uma campanha massiva para incentivar que isso aconteça.
Ameaçada, China aposta no sucesso da nova lei de planejamento familiar
Na década de 70, o país mais populoso do mundo implementou a política do filho único para desacelerar o crescimento populacional. Quem violasse essa política era multado, ou a mãe obrigada a abortar. Em 2016, o governo chinês alterou a lei, permitindo duas crianças por casal.
De acordo com estudo divulgado pela BBC, baseado na comparação dos censos entre os anos de implantação das políticas de um e de dois filhos, 1979 e 2016, os nascimentos caíram pela metade e, entre 2016 e 2020, houve queda abrupta na natividade, de 18 milhões de bebês para 12 milhões.
As baixas taxas de natalidade e o envelhecimento da população ameaçam o futuro econômico e a estratégia industrial que a China tem usado há décadas para sair da pobreza e tornar-se uma potência mundial, pois a mão de obra está diminuindo consideravelmente.
A ciência se curva à religião
Apesar de o Estado ser laico e o mundo, paulatinamente, estar se tornando ateu, é interessante ver os principais expoentes da economia, política, ciência e tecnologia repetindo as palavras gravadas no velho livro que muitos governos tentam abolir das bibliotecas públicas, a Bíblia.
No primeiro capítulo do Livro do Gênesis, lá no longínquo passado que deu origem à nossa civilização, agora ameaçada pela nossa própria desobediência, estão registradas as ordens taxativas daquele que é mais rico que os mais ricos e mais poderoso que os mais poderosos:
“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a.” (Gn 1, 27-28).
Estas foram as palavras de Deus aos nossos primeiros pais, Adão e Eva, tronco do qual todos descendemos, fato que a ciência também já se vê na contingência de admitir, depois de estudos apontarem para a existência do genoma primordial, uma fonte única da qual surgiu toda a humanidade.
Mais tarde, após o dilúvio que varreu a espécie humana do planeta, com a manutenção de um único ramo, a família de Noé – que, mais uma vez, se tornaria tronco – o Senhor dos senhores repetiu a mesma ordem: “Deus abençoou Noé e seus filhos: Sede fecundos – disse-lhes ele – multiplicai-vos e enchei a terra.” (Gn 9, 1)
Ter mais filhos e viver menos tempo
Famoso por suas opiniões ousadas e controversas, Musk, que se classifica como um “socialista meio democrata, meio republicano e praticamente ateu”, disse também que as pessoas não deveriam tentar viver por muito tempo, a fim de termos uma sociedade onde as novas ideias tenham mais chances de sucesso. Bem, isso já é tema para outra conversa…
A grande questão é que Deus fez tudo perfeito, por isso criou o homem e a mulher, para que se unissem e formassem a família, que é a base da sociedade. O homem, que desde Adão se deixa guiar pelo imperativo do pecado, colocou o prazer em primeiro lugar, e a ele foi acrescentando uma série de vícios e distorções que descaracterizou o plano da criação. Ter filhos deixou de ser uma coisa natural, uma necessidade, e agora estamos na iminência de provar do próprio veneno.
Um mal que atinge todas as camadas
A taxa de natalidade diminuiu. Aumentou a quantidade de abortos, que se tornou legal em muitos de países. Crianças deixam de nascer e todas as camadas sociais sofrem com isso. A camada menos privilegiada economicamente deixa de fornecer a mão de obra necessária ao adequado funcionamento da máquina social, e os mais privilegiados, detentores das grandes fortunas, deixam patrimônios incalculáveis para poucos herdeiros, em sua maioria, despreparados para dar continuidade às empresas, às fortunas e suas destinações, afetando mais uma vez, e de forma ainda mais trágica, a cadeia produtiva.
Nesse sentido, pelo menos, Musk deu a sua contribuição para a povoação do planeta, ainda que cinco dos seus seis filhos tenham sido concebidos de forma artificial, in vitro.
Pela graça de Deus ainda temos famílias verdadeiramente católicas que cumprem o seu papel, trazendo ao mundo a quantidade de filhos que Deus determina, educando-os na religião e na fé, preparando sementes de um porvir muito diferente do mundo de criaturas híbridas, dominado pela Inteligência Artificial, como aquele concebido pelos homens que exploram o espaço e se julgam os donos do amanhã, mas, não são.
O amanhã a Deus pertence e, não há dúvida de que os planos Dele são perfeitos e surpreenderão de uma forma inimaginável.
Não estou entre os homens mais ricos do mundo, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg ou da Forbes, mas, como Elon Musk, posso dizer: “Gravem as minhas palavras!”
Afonso Pessoa
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