O presidente francês, Emmanuel Macron, gerou polêmica ao confirmar sua presença na missa que será celebrada pelo Papa Francisco em Marselha no dia 23 de setembro. Porém ele afirmou que estará presente enquanto chefe de estado e não como católico
Redação (18/09/2023 14:40, Gaudium Press) A decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de assistir a Missa do Papa Francisco provocou críticas, especialmente dos políticos de esquerda, que argumenta que a participação do chefe de estado contraria o princípio da laicidade.
Contudo, enquanto alguns políticos criticam a decisão como inadequada para um líder laico, outros, incluindo o prefeito socialista de Marselha, Benoît Payan, veem a visita do Papa como um evento de grande importância. Eles destacam a natureza popular e festiva da visita do Papa.
Benoît Payan trabalhou em colaboração com o Arcebispo de Marselha e recentemente feito Cardeal Dom Jean-Marc Aveline, esperando que milhares de pessoas participem. Eles interpretam o desejo do Papa de ir à cidade francesa como um gesto de aproximação com o povo e aguardam entre 150 e 200 mil pessoas na cidade para receber o Pontífice.
Sophie Camard, outra política, pede um pouco de bom senso na polêmica causada e explicou que ela mesma sendo ateia participou de cerimônias religiosas de diferentes cultos por diplomacia e curiosidade durante seus mandatos.
Macron defendeu sua decisão de participar da Missa Papal na última sexta-feira, 15 de setembro, afirmando: “Eu considero que é o meu lugar ir. Eu não vou como católico, vou como presidente da República, que é, de fato, laica. Eu mesmo não praticarei nenhuma religião durante esta Missa”.
O presidente reiterou que a presença do Papa como chefe de Estado não compromete a neutralidade do Estado francês, afirmando que a República Francesa é laica, e que a presença de líderes políticos em eventos religiosos é uma tradição diplomática que não viola os princípios da laicidade da República Francesa.
Esta não é a primeira vez que Macron se envolve em polêmicas ligadas a questões religiosas. Após sua primeira eleição em 2017, ele participou do iftar anual (banquete do Ramadã) do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), afim de manter diálogo e cooperação com diferentes comunidades religiosas na França.
A presença de Macron durante a Missa do Papa Francisco em Marselha marca a primeira vez que um presidente francês estará presente na missa papal desde a visita de Jean-Paul II em 1980, quando Valéry Giscard d’Estaing estava no cargo de presidente da República. (FM)
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