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A devoção a São João Evangelista na Igreja

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Dentre as figuras que emergem no Evangelho, uma há que se destaca como o depositário das divinas afeições e prodigalidades de Jesus: é João Evangelista, o apóstolo virgem, o Discípulo Amado.

Foto: Francisco Lecaros

Foto: Francisco Lecaros

Redação (27/12/2023 08:45, Gaudium Press) A devoção a São João Evangelista é saliente na História da Igreja, e incontáveis são os edifícios sagrados erigidos em seu louvor. O mais significativo de todos é a Basílica de Latrão, construída no século IV e dedicada a São João Batista no século X e ao Discípulo Amado no século XII.

Entre os seus grandes discípulos, que contribuíram para a difusão de seus ensinamentos, estão Santo Inácio de Antioquia e São Policarpo de Esmirna, os quais representaram um papel decisivo nos tempos apostólicos.

Difundido a partir de Éfeso, o culto a São João expandiu-se primeiramente na Igreja do Oriente. No Ocidente, a devoção ampliou-se apenas na Idade Média, graças à influência de Bizâncio.

A piedade católica o apresenta como o primeiro devoto do Sagrado Coração de Jesus, evocando o privilégio singular que teve ao recostar a cabeça no peito do Redentor, na Última Ceia. É ainda venerado como exemplo de pureza, devoção a Nossa Senhora e espírito contemplativo.

A iconografia o representa normalmente como um jovem de rara modéstia, sensivelmente distinto dos demais apóstolos. Figura ainda aos pés da Cruz, ao lado da Santíssima Virgem, e muitas outras vezes portando os escritos sagrados e a pluma. Todavia, é a imagem da águia que o caracteriza como Evangelista. Isto se deve a uma alusão feita pelos escritores cristãos dos primeiros séculos ao Prólogo de seu Evangelho, no qual, “apresentando o Verbo preexistente que se fez carne, ele se exprime à semelhança de uma águia que voa muito alto para, depois, dar o bote na terra”.

Dos cinco livros que compõem sua obra, o Apocalipse é o mais difícil de ser interpretado. Dele muito se tem estudado, mas as interpretações absolutamente certas são poucas. Os acontecimentos ali narrados são por demais grandiosos para serem inteiramente abarcados pela razão humana, porém vêm atravessando os séculos como um sinal explícito da glorificação final de Cristo.

Santo Edmundo, rei dos anglo-saxões (840 a 870), dizia nunca ter negado nenhum pedido a ele feito em nome de São João: “Não hei de negar nada do que me pedem aqui na Terra em nome daquele que não me nega nada no Céu”.

Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho n. 72, dezembro 2007.

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