No ano 43 do século passado, em plena Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas já dominavam a Itália, surgiu uma nova doença.
Redação (08/10/2020 10:05, Gaudium Press) Nestes dias de pandemia, recordemos a fascinante história da Síndrome K, a terrível doença …que acabou salvando dezenas de vidas.
No ano 43 do século passado, em plena Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas já dominavam a Itália, surgiu uma nova doença – mutação de um vírus ou uma bactéria – que produzia sintomas terríveis, sinistros e mortais em pouco tempo. Chamaram-na de Síndrome K, talvez a letra inicial do verbo kill (matar em inglês), devido a sua indiscutível capacidade de matar.
No outono daquele ano de 1943, quando a estrela nazista já estava em decadência, os fanáticos do Hitler, pressentindo a derrota, tornaram-se mais sanguinários. Invadiram, então, um gueto judeu perto do Tibre, em Roma. Alguns infelizes correram ao hospital católico Fatebenefratelli em busca de refúgio. Este hospital se localizava em uma ilha do Tibre; mas era um refúgio ilusório, pois os nazistas chegariam até lá.
A criatividade dos médicos
Foi então que a criatividade triunfou sobre a força bruta. Os médicos Vittorio Sacerdoti e Giovanni Borromeo traçaram um astuto plano. Eles usariam o codinome Síndrome K, criado por Adriano Ossicini, para distinguir os doentes reais dos judeus que se faziam passar por pacientes.
Como médicos especialistas, encheram sua nova personagem de características verossímeis: a síndrome se transmitia facilmente. Por exemplo, viajando em um trem, uma pessoa com esses sintomas poderia facilmente contagiar todos os passageiros, inclusive os nazistas, é claro.
A letra K não era a inicial de kill, mas a inicial de Kesselring, o comandante responsável pela ocupação nazista na Itália, embora essa letra também pudesse se referir a Kappler, chefe da SS, executor de assassinatos em massa. Com efeito, a Síndrome K procurava afastar os maus espíritos que habitavam nessas duas figuras.
Mas a personagem exigia também uma cenografia, caso os nazistas quisessem verificar. E ela foi criada.
No hospital, havia um quarto especial onde esses “doentes” estavam reclusos. Na entrada, havia uma placa que advertia: “Proibido tocar nestes pacientes”. Algumas crianças foram treinadas para tossir de um modo que parecia vir do além-túmulo. Obviamente, essa síndrome era extremamente contagiosa e só chegar à porta do quarto seria uma temeridade. De fato, os nazistas engoliram toda a história.
Para completar a trama misteriosa – não se sabe bem por que – o segredo da síndrome K só foi revelado 60 anos depois. Talvez porque fosse necessário usá-lo novamente.
Com informação de gizmodo.com
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