E na Catedral Nossa Senhora do Desterro em Jundiaí (SP) que o padre José Brombal celebra missas diariamente com muito carisma e disposição. Mas quem vê o pároco de 90 anos dominando os rituais da Igreja Católica, não tem ideia do quanto sua vida mudou quando decidiu largar a marcenaria para se dedicar ao seminário.
No Dia do Pároco, celebrado nesta sexta-feira (4), o G1 reuniu histórias diferentes de padres na região de Sorocaba e Jundiaí.
Antes de ser padre, José se dedicava a marcenaria e era casado. Pai de 12 filhos, o padre nonagenário contou ao G1 que foi convidado a seguir a carreira religiosa após o falecimento de sua esposa, em 1986.
Católico praticante, ao ser chamado pelo bispo para ser diácono não pensou duas vezes em aceitar a oferta, pois encontrou na fé um modo de superar a perda ainda recente da esposa, com quem manteve uma união de 34 anos.
“NÃO FIQUEI ABALADO COM A MORTE DELA, POIS NÓS TEMOS QUE ACEITAR QUE TUDO TEM UM PRINCÍPIO E UM FIM. EU ACREDITO QUE ISSO TENHA SIDO UM PROPÓSITO DE DEUS NA MINHA VIDA”, AFIRMA JOSÉ.
O padre conta que os filhos não se opuseram a sua escolha e ainda foi apoiado por eles. “Sempre fui católico e, quando recebi o convite, eles não ficaram surpresos com a minha decisão.”
Durante os 13 anos como responsável pela paróquia, Brombal afirma que todos os dias atende no confessionário da igreja. “São pessoas de todas as idades, atendo elas e dou a absolvição. As pessoas têm fome de Deus. Tudo você tem que fazer por amor e isso graças a Deus tenho feito.”
José Brombal é pai de: Anselmo, Maria Aparecida, Maria José, Maria Conceição, Maria das Graças, Paulo Alberto, Maria Salete, Maria Ana, Maurílio Luís, José Carlos, Plinio Eduardo e Maria Claúdia, e manteve a família com o trabalho como marceneiro e carpinteiro.
A filha caçula, Maria Claúdia, contou que desde pequena viu os pais frequentando as atividades desenvolvidas pela igreja e que, juntos, eles participavam do cursilho, um tipo de orientação para as doutrinas do catolicismo.
“QUANDO ELE FOI CONVIDADO PARA SER DIÁCONO FICOU MUITO FELIZ, FAZER PARTE DA IGREJA JÁ ERA UM SONHO DE INFÂNCIA. EU SENTI FALTA QUANDO ELE FOI MORAR NA CASA PAROQUIAL, MAS FOI SÓ NO COMEÇO. HOJE, VEJO O QUÃO QUERIDO NA IGREJA ELE É, POR SER UMA PESSOA MUITO ACOLHEDORA, CATIVAS AS PESSOAS”, CONTA.
O pároco celebra duas missas por dia, com muita disposição e carinho, revela que sua missão foi designada por Deus, e apesar da idade pretende seguir na função até o último dia de sua vida.
“A religião é o ‘religare’, é ligar o homem a Deus, e é o que vale a pena para mim. Já tenho 90 anos, penso que estou aqui para ajudar as pessoas, e isso me faz feliz.”, diz.
Fonte: G1