Segundo o relatório anual da Health Canadá, a eutanásia foi responsável por quase uma a cada 20 mortes no país. A maior parte das mortes assistidas ocorreu em Quebec.
Redação (15/12/2024 11:30, Gaudium Press) A eutanásia continua a ser uma das principais causas de mortes no Canadá, com os dados mais recentes do governo mostrando um novo aumento de dois dígitos no número de cidadãos canadenses que optam por pôr fim às suas vidas, de acordo com a lei nacional de suicídio do país.
O quinto relatório anual da Health Canada sobre assistência médica para a morte –
conhecido por MAID, sigla em inglês para assistência médica na morte (medical assistance in dying) – divulgado na última quarta-feira, 11 de dezembro, revela que a MAID foi responsável por quase 1 em cada 20 mortes no país no ano passado.
As estatísticas do governo assinalaram que 15.343 pessoas foram submetidas à eutanásia por autoridades médicas no Canadá em 2023, de um total de pouco menos de 20.000 solicitações. Esses números representam “um aumento de 15,8%” em relação a 2022, diz o relatório, uma queda em relação a uma taxa média de crescimento anual de cerca de 31%.
Embora a taxa de crescimento tenha diminuído, “ainda não é possível tirar conclusões confiáveis se essas descobertas representam ou não uma estabilização das taxas de crescimento a longo prazo”, afirma o relatório.
“Uma maior conscientização sobre a MAID dentro de cuidados paliativos, o envelhecimento da população e os padrões associados de doença ou enfermidade, crenças pessoais e aceitação social, bem como a disponibilidade de profissionais que fornecem MAID, podem influenciar a taxa de provisões”, observou.
A “grande maioria” dos casos de eutanásia detalhados no relatório, cerca de 95%, foi em relação aos indivíduos classificados como “Faixa 1”, cuja morte natural é “razoavelmente previsível (doença terminal)”.
Mais da metade dessas pessoas tinha mais de 75 anos de idade, sendo o câncer a “condição médica mais frequentemente relatada”.
As condições médicas mais comuns que afligiam os pacientes na “Faixa 2” incluíam condições neurológicas, bem como outros problemas médicos, como diabetes, “fragilidade” e dor crônica.
O Ministro da Saúde do Canadá, Mark Holland, declarou que estava “satisfeito” com a divulgação dos dados, que, segundo ele, oferecem “um quadro abrangente da prestação de assistência médica na morte” no país.
Holland observou que o governo federal canadense iniciou recentemente uma “conversa nacional” para considerar “solicitações antecipadas de MAID”. O governo de Quebec recentemente começou a permitir a eutanásia para pessoas que não podem consentir no momento do procedimento, permitindo “solicitações antecipadas” para pessoas que sofrem de doenças como o mal de Alzheimer. De fato, a maior parte das mortes assistidas ocorreu no Quebec, que concentrou 37% dos casos, apesar de representar apenas 22% da população.
O relatório deste ano aponta “44.958 eutanásias desde sua legalização em 2016 até 2022”, o que, com os dados mais recentes, “eleva o número total para 60.301”.
Recentemente, surgiram preocupações de que os órgãos reguladores não estão supervisionando efetivamente o programa de eutanásia do país. Um relatório alarmante, em novembro, revelou que, de centenas de violações da polêmica lei de eutanásia do país ao longo de vários anos, nenhuma delas foi denunciada à polícia.
Enquanto isso, os ativistas estão pressionando para que o governo amplie o escopo da lei de eutanásia para incluir indivíduos que sofrem de doenças mentais. Recentemente, o próprio governo considerou ampliar essa lei, embora no início deste ano tenha colocado a medida em pausa para permitir que o sistema de saúde do país tivesse “mais tempo” para se preparar para ela.
Com informações CNA
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