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Caso Rupnik: Bispo Libanori novamente em cena

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O tema Rupnik ainda gera polêmica. Alguns dizem que está em jogo a credibilidade da Igreja em matéria de abusos.

Foto: Screenshot/ YouTube/ Diocese de Roma

Foto: Screenshot/ YouTube/ Diocese de Roma

Redação (27/09/2023 09:36, Gaudium Press) O jornal digital português 7 Margens, que foi um dos primeiros a confirmar, no ano passado, que o ex-jesuíta Marko Rupnik tinha sido sancionado canonicamente com a pena de excomunhão, algo que tinha sido mantido em sigilo, traz agora a revelação de que existe um decreto disciplinar de 21 de junho, assinado pelo bispo auxiliar de Roma, Dom Daniele Libanori, que embora seja dirigido à ex-superiora da comunidade Loyola – comunidade onde Rupnik teria abusado de várias religiosas e ex-religiosas – traz também uma confirmação implícita da existência de “vítimas” das ações de Rupnik.

Revela 7 margens que este decreto estabelece em relação à antiga superiora Ivanka Hosta:

1) Proibição de assumir qualquer cargo ou função de governo, bem como direção espiritual dentro da Comunidade Loyola;

2) Fixação de residência na comunidade que este instituto tem em Portugal e proibição de contatar, direta ou indiretamente, com as religiosas ou ex religiosas da Comunidade de Loyola por um período de três anos (medida sujeita a um relatório semestral de aplicação por parte da superiora em Portugal);

3) Como “penitência externa”, fazer uma peregrinação uma vez por mês, durante um ano, a um santuário mariano de fácil acesso a partir da residência, onde se deverá rezar “pelas vítimas do comportamento do Padre Marko Ivan Rupnik e por todas as religiosas da Comunidade Loyola”, das quais é acusada de ter abusado.

Este último abuso, ao qual o decreto do bispo acusa Ivanka Hosta, refere-se às conclusões a que chegou o bispo Libanori após a obtenção de vários testemunhos, que evidenciaram um sistema autoritário estabelecido por ela, que foi superiora da comunidade Loyola desde 1994 até o momento em que o comissário Libanori assumiu a direção da comunidade, exceto por um período de tempo.

O decreto afirma que Hosta exerceu “um estilo de governo prejudicial à dignidade e aos direitos de cada uma das religiosas que a integram”.

Em 1993, algumas religiosas da Comunidade Loyola começaram a perceber que o que havia acontecido com elas também ocorria com outras. Algumas decidiram contar à superiora o que tinha acontecido com o Pe. Rupnik e outras decidiram comunicá-lo aos superiores eclesiásticos.

“O arcebispo de Liubliana optou por afastar Rupnik da Comunidade, enquanto o superior esloveno da Companhia de Jesus, também informado, se recusou a acreditar”, diz 7 Margens. Em seu relatório, o bispo Libanori concluiu que a superiora e algumas conselheiras sabiam do que Rupnik era acusado, mas “mantiveram tudo em segredo e impondo às irmãs que mantivesse escondido o que havia acontecido”, em um sistema de abuso espiritual por Honka.

“O afastamento do Padre Rupnik da Comunidade em 1993, em vez de trazer à luz do dia o comportamento do sacerdote e o sistema que o tinha permitido, aumentou o sistema de controle, dominação e omertà [ silêncio forçado]” que a superiora impôs às irmãs”, declarou Dom Libanori.

Margens afirma que o decreto de Dom Libanori não goza do caráter de sigilo.

Constata-se, portanto, que o tema Rupnik não só não foi apagado após sua expulsão da Companhia de Jesus, como há inúmeros analistas que já afirmam que ele se tornou um dos pontos nevrálgicos do atual pontificado.

A tentativa de reabilitação de Rupnik, como muitos acreditam ter sido com o comunicado recente da diocese de Roma, e a indefinição de sua atual situação canônica ameaçam a imagem da Igreja contra os abusos, podendo até mesmo repercutir no próximo sínodo, onde se destaca a novidade da presença de mulheres com voz e voto. (SCM)

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