Foram celebrados os 150 anos da Igreja de Tsukiji, um dos pilares da herança católica em Tóquio, com uma missa de ação de graças em 30 de junho, presidida pelo Arcebispo Dom Isao Kikuchi.
Redação (03/07/2024 19:14, Gaudium Press) Também conhecida como Antiga Catedral de São José, a Igreja Tsukiji foi a primeira igreja católica em Tóquio, Japão. Foi fundada, em novembro de 1874, pela Sociedade de Missões Estrangeiras de Paris, uma organização missionária católica. Inicialmente, a igreja serviu como catedral do bispo de Tóquio, marcando a sede do Vicariato Apostólico do Norte do Japão.
Com a criação da Arquidiocese de Tóquio em 1891, a Igreja Tsukiji continuou a funcionar como catedral até 1920, quando o status de catedral foi transferido para a Igreja Sekiguchi (Catedral de Santa Maria).
A igreja foi danificada durante o Grande Terremoto de Kanto em 1923, mas reconstruída em 1927. Sua arquitetura, inspirada na Igreja de Sainte Madeleine em Paris, apresenta uma estrutura clássica semelhante à um antigo templo grego, com uma fachada destacando-se por seis colunas dóricas e o frontão adornado por esculturas de lírios e rosas. Em 1º de junho de 1999, a Igreja Tsukiji foi reconhecida como um dos edifícios históricos de Tóquio.
Em sua homilia, o arcebispo Kikuchi observou que a Igreja de Tsukiji foi fundada durante um período em que os cristãos ainda enfrentavam restrições significativas, “era difícil simplesmente viver no Japão, trabalhar, pregar e dar testemunho do Evangelho”. Dom Kikuchi ressaltou que, somente em 1873, foi revogada a proibição do Cristianismo.
Ele considerou as sérias dificuldades enfrentadas pelos primeiros missionários, afirmando: “Há 150 anos, tanto os missionários quanto os fiéis devem ter enfrentado dificuldades que nos parecem impensáveis nos dias de hoje”.
“O número de missionários, principalmente da França, era limitado. Creio que muitos missionários fizeram um trabalho sobre-humano. No entanto, não acho que a igreja teria crescido muito se os missionários trabalhassem sozinhos. Sou muito grato pelo trabalho de muitos de nossos antepassados de fé que se juntaram aos missionários para dar testemunho do Evangelho e convidar outras pessoas a participar da salvação de Deus”.
Ao abordar desafios sociais mais amplos, o arcebispo Kikuchi observou que a Igreja Católica no Japão está lidando com questões como o declínio demográfico e o envelhecimento da sociedade.
“A igreja existe nessa realidade, então se tornou uma igreja centrada nos idosos. O que antes era possível não é mais viável. Essa é uma preocupação, mas assim como os missionários de 150 anos atrás, mantemos a esperança no meio dessas preocupações”, disse.
O arcebispo Kikuchi também lamentou os desafios sociais mais amplos, como os conflitos na Ucrânia e em Gaza, e a falta de paz em Mianmar, uma igreja irmã da diocese de Tóquio.
Ele destacou que as igrejas em Mianmar, que levantaram a voz pela paz, foram alvos de ataques armados, evidenciando um mundo cada vez mais dominado pela violência que desconsidera a vida. Diante dessas situações, ele questionou: “O que pode fazer uma igreja em declínio? É fácil se sentir impotente.”
No entanto, ele lembrou aos fiéis que os primeiros missionários difundiram o cristianismo em meio à perseguição, avançando com coragem. “Quando nos sentimos impotentes, a tentação é retroceder para as glórias do passado em vez de seguir em frente. Porém, o tempo continua a avançar. Retroceder não é uma opção”, frisou o prelado.
O arcebispo Kikuchi exortou os fiéis católicos a avançarem com uma atitude positiva. “Sejamos uma Igreja que irradia a luz da esperança. Essa luz brilha através do nosso apoio mútuo, nossa sinodalidade, nossa solidariedade e, principalmente, pela presença do Senhor caminhando conosco”.
Com informações licas.news
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