Uma família inteira, incluindo uma criança de 2 anos, foi condenada à prisão perpétua na Coreia do Norte por possuir uma bíblia. Um relatório dos Estados Unidos revela essa e outra violações contra a liberdade religiosa no país asiático.
Redação (30/05/2023 15:30, Gaudium Press) Uma família inteira, incluindo uma criança de 2 anos, foi condenada à prisão perpétua na Coreia do Norte por possuir uma bíblia.
O fato aconteceu em 2009 e foi revelado pelo recente relatório do Departamento do Estado Americano sobre a liberdade religiosa na República Popular da Coreia.
O documento cita a ONG Korea Future, que se dedica a investigar e luta pela justiça na Coreia do Norte, e também a Organização Porta Abertas, ONG que avalia a perseguição contra os cristãos ao redor do mundo.
O relatório dos EUA explica que segundo a Korea Future, o governo Norte-coreano proíbe a liberdade religiosa e cita vários incidentes de prisão, torturas e tratamentos desumanos para os cidadãos que se opõem à censura religiosa.
Casos de tourturas e detenções
Os dados do documento provém de entrevistas com 244 vítimas, na sua maioria praticantes do xamanismo, mas também 91 cristãos que foram detidos no país por praticarem a religião.
As “Portas Abertas” estimam que entre 50 mil e 70 mil seja o número de cristãos presos no país. O governo incentiva que os cidadãos denunciem às autoridades qualquer comportamento religioso suspeito.
Uma mulher praticante de xamanismo contou que era forçada a trabalhos pesados e não era suficientemente alimentada. Por vezes, sua comida era estragada e chegou a pesar 35 quilos.
O relatório narra o caso de uma família inteira que foi presa por praticar a religião cristã e possuir uma bíblia. Todos os membros da família, inclusive um bebê de dois anos, foram condenados à prisão perpétua em um campo de concentração do governo. O fato data de 2009, o que mostra a dificuldade em obter informações em um dos países mais fechados do mundo.
Perseguição sistemática contra a religião
Em 2021, a organização Korea Future identificou 68 casos de perseguição contra indivíduos por causa da religião. Os dados foram coletados graças através de entrevistas com testemunhas, sobreviventes ou torturadores que desertaram do regime Norte-coreano em 2019. Estima-se que a Coreia do Norte tenha pelo menos 5 campos de prisioneiros políticos.
O documento revela que há dois tipos de processo para punir alguém por práticas religiosas. O primeiro tipo é geralmente reservado aos seguidores do xamanismo e as penas variam de seis meses em um campo de trabalho forçado a três ou mais anos em uma instalação de reeducação.
O segundo tipo de sentença condenatória é dedicado aos cristãos e prevê penas que variam de 15 anos a prisão perpétua. Contudo, o relatório afirma que relatos credíveis de ex-funcionários de segurança atestam a execução de cristãos e de alguns xamanistas. (FM)
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