Entre os dias 16 a 18 deste mês de junho, os Bispos do Ceará estiveram reunidos como Conselho Episcopal Regional, em Fortaleza. A reunião dos mandatários da Igreja Católica no Estado terminou com a produção de um documento destinado a combater a influência da chamada “ideologia de gênero”. Entre os que o assinaram, está o Bispo da Diocese de Quixadá, no Sertão Central, Dom Ângelo Pignoli.
“Queremos esclarecer a que se refere a “ideologia de gênero” nos Planos Estadual e Municipais. Acreditamos que o futuro do nosso povo dependerá da qualidade da educação que será oferecida às nossas crianças e adolescentes”, dizem os Bispos.
Na parte mais polêmica das declarações, os religiosos afirmam que “a ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar para todas as pessoas que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo a ideologia de gênero, isto é uma construção cultural e social.”
Os Bispos denunciam que o propósito dos promotores da ideologia de gênero é “atingir uma sociedade sem classes de sexo”. Para alcançar tal meta, os defensores da ideologia de gênero, segundo os religiosos, tentam “desconstruir a linguagem, as relações familiares, a reprodução, a sexualidade, a educação, a religião, e a cultura, entre outras coisas”.
“Nós, os Bispos do Ceará, afirmamos que não se podem desconsiderar aspectos biológicos e psicológicos originários da própria natureza. O ser humano nasce masculino ou feminino, nisso se expressa sua identidade”, assevera o grupo episcopal.
No final do documento, Dom Ângelo e os demais sacerdotes pedem que “diante dessa ameaça aos valores da família, do cristianismo e da sociedade em geral, que os governantes do Legislativo e dos municípios assumam uma posição que garanta para as novas gerações de crianças e adolescentes uma escola que promova a família, tal como a entendem a Constituição Federal de 1988 (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a sociedade brasileira.”
Além do Bispo de Quixadá, assinaram o documento Dom Antônio Roberto Cavuto (Itapipoca), Dom Ailton Menegussi (Crateús), Dom Rosalvo Cordeiro Lima (Fortaleza), Pe. Lázaro Augusto Luzno (Iguatu), Dom José Haring (Limoeiro do Norte), Dom Manuel Edmilson da Cruz (Limoeiro do Norte), e Dom José Luiz Gomes(Fortaleza).